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Mato Grosso fecha 14 mil postos de trabalho; indústria foi a que mais demitiu

Da Redação - Viviane Petroli

Mato Grosso fechou 2015 com saldo negativo na geração de emprego, após 12 anos de resultados positivos. As demissões superaram as contratações em 14.570 vagas formais nos 12 meses. O resultado foi puxado pelos setores da indústria de transformação, construção civil e comércio.

Os números foram informados pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira, 21 de janeiro, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Entre 2012 e 2014 Mato Grosso vinha apresentando decréscimos na geração de emprego com carteira assinado, entretanto os saldos permaneciam positivos. Em 2012 haviam sido registradas 36.517 contratações frente a demissões, em 2013 o número havia caído para 26.147 e em 2014, momento em que a "crise" político-econômica começou a dar sinais no país, haviam sido constatadas 3.269 admissões a mais que desligamentos.

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Os setores que mais contribuíram para o resultado final de 2015 foram a Indústria de Transformação (-8.716 postos), da Construção Civil (-6.742 postos) e o Comércio (-4.078 postos). Em contrapartida, os setores de Serviços e Agropecuária registraram expansão de 3.293 postos e 1.552 vagas, respectivamente.

“É um reflexo da crise econômica. O Brasil está em uma situação complicada, onde o consumidor e o empresariado não conseguem enxergar um futuro promissor. Com isso as empresas de modo geral começam a se adequar. A indústria é a maior prejudicada, pois se o consumidor deixa de comprar no comércio o mesmo deixa de buscar a indústria”, comenta o presidente da Federação das Indústrias em Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan.

De acordo com Milan, as estimativas apontam para 2016 um ano negativo quanto à geração de emprego. “Ninguém sabe ainda o tamanho dessa crise no Brasil. Os empresários devem ter cautela na hora de fazer investimentos”, aconselha.

O vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Cezário Siqueira Neto, explica que, no caso da construção civil, em 2015 Mato Grosso não registrou a retomada de muitas obras, como as referentes a “Copa do Mundo” e, principalmente, as do Programa Minha Casa, Minha Vida (aproximadamente 5 mil casas). “Isso acarretou no resultado das demissões. Em dezembro tivemos o início das chuvas, momento em que o setor começa a paralisar suas obras, o que auxiliou para o resultado”.

Dezembro

Em dezembro foram perdidos 14.532 empregos celestiais. Segundo o Caged, o volume decorre por "razões sazonais", como estressafra agrícola, férias escolares, período de chuvas e término das festas de final de ano.

A Construção Civil foi responsável por 4.197 postos fechados a mais que contratações, seguida da Agropecuária (-3.823 postos), Serviços (-2.711 postos) e Indústria de Transformação (-2.249 postos).
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