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Alta do ICMS do boi em pé pode possibilitar a reabertura de frigoríficos, afirma Taques

Da Redação - Viviane Petroli

O aumento da alíquota do ICMS do boi em pé de 7% para 12% pode possibilitar a abertura de mais plantas frigoríficas em Mato Grosso. A colocação é do governador Pedro Taques, durante a solenidade de posse da nova diretoria da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Segundo o chefe do Poder Executivo, hoje Mato Grosso conta com 23 das 41 plantas frigoríficas de bovinos fechadas.

A elevação da alíquota foi decretada ao final de dezembro de 2016 pelo Governo de Mato Grosso, por meio do decreto nº 777. Recentemente o setor produtivo reuniu-se com o Governo do Estado solicitando a revogação do ato.

De acordo com o presidente da Acrimat, Marco Túlio Soares, a entidade se posiciona contrária ao que diz respeito a qualquer aumento de carga tributária, não apenas na taxação do boi em pé que passou de 7% para 12%, mas também da carne que está sendo industrializada para o mercado brasileiro de 2% para 2,5%.

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“Nós vemos que isso irá sobrecarregar a classe produtora. Não vemos com bons olhos, porque ao você aumentar essa taxação vai inibir que os animais saiam para fora do Estado para serem abatidos e esses animais não saindo reduz a competitividade dos frigoríficos de Mato Grosso e essas plantas tem mostrado que não tem praticado preços condizentes”, comentou Marco Túlio.

O presidente da Acrimat revela que unidades fabris de outros Estados que buscam gado em pé em Mato Grosso arcam não apenas com os custos de frete, mas também pagam a mais pelo animal.

“Temos trabalhado e conversado com o Governo do Estado para que ele revogue esse aumento da carga tributária fazendo com que a viabilidade do produtor permaneça, bem como a competitividade e faça com que nosso produtor tenha mais opções”, afirmou Marco Túlio.

Presente na posse da nova diretoria para o triênio 2017/2019, o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, declarou que é preciso agregar valor. O chefe do Executivo mato-grossense destacou que o Estado possui 41 frigoríficos dos quais 23 estão fechados. “Através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) estamos trabalhando para que três frigoríficos reabram suas portas”.

Taques afirmou que Mato Grosso está sendo dividido em regiões para que se possam tratar diferentemente as situações e necessidades.

Questionado sobre a alíquota do boi em pé Taques foi enfático ao destacar que “conversamos com o setor para que possamos antes que esse decreto produza efeito e valha. Nós conversamos para que possamos acertar isso. Porque a alíquota do boi em pé ela repercute para a possibilidade de abrir mais plantas. A alíquota do frigorífico está 2,5%. É isso o que estamos tentando fazer. Esse arranjo junto com o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac)”.

Desafios

Conforme Marco Túlio, a nova diretoria da Acrimat possui vários desafios. Entre os principais está a o incremento da carga tributária, buscar novos mercados, agregar valor e elevar a eficiência do produtor.

Marco Túlio revela ainda que a estrutura de gestão da Acrimat passa por mudanças para atender ao pecuarista e auxiliá-lo. Entre as mudanças está a extinção do cargo de superintendente e a criação dos cargos de diretor executivo, que será assumido por Luciano Vacari, ex-presidente do Imac, e diretor técnico, que será assumido por Francisco Manzi.

Para o ex-presidente da Acrimat, José João Bernardes, diversos desafios foram vencidos durante os seis anos que ficou à frente da entidade. O principal deles, em sua opinião, foi incentivar o produtor ao uso de novas tecnologias. Bernardes destacou que apesar da pecuária ter perdido área para a agricultura nos últimos anos houve ganho em produtividade no setor.
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