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Notícias / Pecuária

Eraí Maggi afirma que JBS instalou caos, deu prejuízo no sistema financeiro e no setor produtivo

Da Reportagem Local - Ronaldo Pacheco/ Da Redação - Lucas Bólico

O megaprodutor de soja Eraí Maggi (PP) criticou duramente a empresa JBS Friboi pelo escândalo envolvendo o presidente da República, Michel Temer (PMDB), mas também pela atuação no mercado da carne em Mato Grosso, que segundo ele tem prejudicado os pecuaristas, pelo domínio da empresa no segmento. 

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No centro da crítica de Maggi está a atuação “predatória” da JBS no mercado de Mato Grosso, inclusive comprando plantas de frigoríficos concorrentes para o fechamento, na sequência. “Creio que são os estados [do Centro Oeste] mais prejudicados com o cartel, com a bandidagem que foi feita aqui e continua fazendo. O prejuízo tem que ser denunciado muito forte, não só no sistema financeiro, mas no sistema comercial com o cartel que eles fizeram aqui fechando frigorífico. Alugam e fecham, alugam e fecham”, indignou-se.
 
Quanto a gravação do presidente Michel Temer, em que o empresário Joesley Batista aborda a “compra” do silêncio do ex-presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha, Eraí afirma que a turbulência política provocada pelo áudio atrapalhou a economia do Brasil entrar nos trilhos.
 
“Se teve erro do presidente, a Justiça vai definir, vai olhar, mas é uma pena, o Brasil estava dando uma andada bacana, os empresários voltando a acreditar, os investimentos voltando a retornar para nós retornar o emprego no país. Então o que eles fizeram foi uma sacanagem das grandes levar esse caos que está levando ao Brasil, mas o Brasil é mais forte que isso”, criticou.
 
 “[Vejo] com muita tristeza, é muito chato o que aconteceu, pois o país estava andando bem. São criminosos que fizeram um cartel. Eu vejo a Mírian Leitão falando na Rede Globo que isso deu prejuízo grande para o sistema financeiro, mas ela não está vendo o prejuízo que deu e está dando aqui com os produtores, drenando dinheiro do Brasil para o exterior. Creio que poderíamos ter um preço da carne de 10% a 15% a mais do que estamos recebendo no Brasil e esse cartel de fechar os frigoríficos aqui, alugar, fechar, o produtor ter que andar 500 km pra abater perde muito, o boi se machuca nas beiras da carroceria e essa carne vai pra graxaria, perde peso e fora o preço achatado que nós temos que poderia ter um preço melhor”, completou.
Segurança jurídica
 
Não bastasse toda a turbulência política causada pelas delações e pela Lava Jato, as manifestações que tem arrastado os movimentos sociais para as ruas também preocupam o setor produtivo. “É uma pena o que aconteceu [quarta-feira 24], aqueles vândalos. Temos que discutir é na conversa, na democracia, não da forma como fizeram. Ficamos sentidos e imagino a nossa imagem mundo a fora, para os investidores que vêm aqui, mas acredito que teremos uma solução bacana”, criticou, sobre o ato que acabou com um princípio de incêndio na recepção do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
 
“O problema é este. [Os investidores] veem a imagem do Brasil lá fora não é, é o que vai passar, é muito triste o que aqueles vândalos fizeram, meu Deus”, completou.
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