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Notícias / Agronegócio

Agricultor que não fez venda antecipada da ’primeira soja’ da safra pode ganhar mais

De Sinop - Alexandre Alves

 O produtor rural mato-grossense que ainda não negociou a soja das primeiras áreas plantadas e colherá logo em meados do mês de janeiro poderá ser melhor remunerado, aponta o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

A margem de esmagamento da oleaginosa em Mato Grosso, entre janeiro e outubro de 2012, está abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. “E a tendência do mercado, devido ao baixo estoque da oleaginosa, é a queda da produção nas esmagadoras nos dois últimos meses de 2012”, prevê o Imea.

Segundo os técnicos do instituto , até junho deste ano o esmagamento foi superior ao do ano passado, porém, com a grande exportação da soja em grão e a restrição de produto para o esmagamento, de julho em diante a moagem diminuiu no Estado. “No acumulado destes dez meses do ano foram atingidas 6,74 milhões de toneladas de grãos esmagados, 3,3% menor que na mesma temporada de 2011”, pontua o boletim da soja.

Essa diminuição do estoque em 2012 e a entrada de 2013 praticamente sem soja farão com que as tradings disputem com fábricas mato-grossenses a primeira soja que sairá do campo, de modo que o processamento volte a ocorrer depois do recesso de final de ano.

Com isso, quem pode levar vantagem é o produtor, avalia o Imea. “Calculado sobre a paridade e desconsiderando o prêmio, já que a compra para processamento tem como base o cálculo da margem de esmagamento, a saca da soja em janeiro já é, em média, R$ 0,55 por saca mais valiosa e a concorrência pelo produto pode deixar essa diferença muito mais interessante”, avalia o instituto que baliza a economia agropecuária de Mato Grosso.

OFERTA E DEMANDA:

O esmagamento de soja em Mato Grosso recuou 22% em outubro, para 596 mil toneladas, ante o mesmo mês de um ano atrás, devido à atual baixa oferta de grãos no mercado. Em 2011, o esmagamento efetivo sobre a capacidade em outubro foi de 61%, enquanto neste ano foi de apenas 29%. Nos meses em que o volume de oleaginosa no mercado foi maior, o esmagamento efetivo chegou a 80%.

O decréscimo no volume total nos meses seguintes deu-se de forma mais acentuada do que no ano passado, mesmo com a produção de 2011 em Mato Grosso sendo menor do que em 2012. Em setembro, o esmagamento efetivo foi 41% maior do que no mês de outubro, pois há baixo estoque de oleaginosa.
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