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Após simplificar incentivos, governo busca abertura de mercados para pecuária de MT

Da Redação - Thaís Fávaro

Mato Grosso é o primeiro estado na criação de gado, com 30,1 milhões de cabeças, o que representa 14,4% do total brasileiro. Apesar do seu carro-chefe ser as atividades de pecuária, o Estado ainda possui suinocultura, piscicultura e avicultura. O Estado trabalha para abrir o mercado para habilitar novas empresas para a exportação e assim simplificar os incentivos fiscais.
 
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Além de ser lider na criação de gado, Mato Grosso é o 5º maior criador de suínos, com um rebanho de 3,2 milhões de cabeças, o 4º maior produtor de pescado, com 36,6 milhões de quilos, e o 5º maior produtor de galináceos, com 59,6 milhões de cabeças.

“O governo de Mato Grosso trabalha para abrir mercado para a pecuária do estado e também para apoiar a cadeia. Como exemplo, temos a habilitação de sete indústrias para exportação para a China e, ainda, a simplificação dos incentivos fiscais para empresas que estão instaladas ou quiserem se instalar aqui”, afirma César Miranda, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico.

O produtor rural mato-grossense é altamente eficiente. Os pecuaristas de gado de corte são um exemplo disto: em dez anos, transferiram para a produção de grãos 2,2 milhões de hectares, ou seja, desmatamentos evitados.

De acordo com Amado de Oliveira Filho, consultor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), há a diminuição da idade de abate de animais e aumento do peso de carcaça. “Estamos produzindo mais em menos. Em 2008, só tínhamos 3% do rebanho com menos de 24 meses, em 2019, estamos em 18%. Isso se chama carne de qualidade”, afirma.

Na suinocultura, a questão ambiental também poderia ser vista como um gargalo há pouco tempo, mas atualmente o produtor rural mato-grossense consegue se adaptar às necessidades da produção e ao respeito ao meio ambiente. De acordo com Itamar Canossa, presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), hoje o que era problema virou solução.

“Os dejetos dos suínos eram um problema para os produtores rurais, mas com a tecnologia conseguimos transformar esta situação. Atualmente, são utilizados biodigestores que transformam estes dejetos em energia elétrica. Particularmente, instalei o sistema em duas granjas e consigo gerar energia para a minha demanda e ainda ‘jogar na rede’”, conta.

Entre os desafios, a descapitalização dos pecuaristas é apontada pelo representante da Acrimat. “Somos 107 mil produtores da bovinocultura de corte em Mato Grosso e 86% têm até 249 cabeças de gado. São empresas familiares que precisam de auxílio para ter mais conhecimento sobre tecnologia, gestão, terem mais assistência técnica”, afirma Amado.

De acordo com Canossa, representante dos suinocultores, apenas 25% da produção fica em Mato Grosso e a questão logística impacta na lucratividade de atividade. “Por isso é tão importante termos a cadeia incentivada pelo Governo do Estado. Conseguimos, com articulação, reduzir o ICMS, por meio do Proder, de 12% para 6% e ainda precisamos mais impostos para a saída de animais vivos e abatidos”, explica.

Canossa também reforça que a questão sanitária é algo que precisa estar no radar do Governo do Estado. “Estamos fazendo um trabalho com o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) para melhorar as barreiras sanitárias no Estado. Precisamos desta estrutura de fiscalização porque uma doença que entra pode acabar com todo o trabalho dos criadores”, afirma.

Na bovinocultura de corte, há a necessidade de fortalecer a governança da cadeia. “Precisamos participar fortemente da tomada de decisões, ter um papel mais importante. Trabalhamos para que os pecuaristas sejam vistos aos olhos de todos os elos, desde o transportador, do vendedor de medicamento, de ração. E também estabelecer uma relação harmoniosa com os frigoríficos. Acreditamos que o IMAC consiga fazer esta arbitragem”, finaliza o consultor técnico da Acrimat.
 
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