Muito se fala sobre os benefícios da integração lavoura-pecuária , no entanto, apesar dos conceitos que a ação traz, a prática ainda não é comum entre a maioria dos produtores e requer aptidão tanto da área quanto de quem a comanda.

Na Agro-sol Sementes, em Campo Verde (130 km de Cuiabá), a integração foi experimentada pela primeira vez neste ano de 2012. Gladir Tomazelli diz que as receitas e despesas praticamente empataram, mas com alguns ajustes, a atividade será repetida nos próximos anos, com expectativas de lucro.

Ele explica que os custos dessa primeira tentativa foram mais altos do que devem ser os próximos, já que foram necessários investimentos em curral, coxos, cercas e bebedouros.

O experimento foi feito em uma área de 43 hectares. Durante a cultura de milho nesse espaço, cerca de 20 dias após o plantio do cereal, foi plantada também a brachiaria rusisiensis, um capim bastante utilizado para pastagens.

Após colhido o milho, em meados de julho, o capim ficou exposto e desenvolveu-se mais rapidamente. Enquanto isso, 60 cabeças de gado foram compradas e levadas até a área, ficando por lá entre agosto até outubro - quando se iniciaria o plantio de soja – e saindo direto para um frigorífico.

No sistema de semi-confinamento, o gado, além do pasto, teve a alimentação incrementada por resíduos do processo de beneficiamento de sementes de soja e por grãos de milho moídos, tudo proveniente da fazenda.

Assim, a engorda do gado pode ser feita de maneira eficiente e com custos muito baixos ao produtor. Segundo Tomazelli, a experiência também permitiu analisar o manejo inadequado em alguns momentos e estudar modificações.

Para ele, com todas essas informações à mão, do aprendizado da primeira tentativa, e com a estrutura já adequada e sem necessidade de mais investimentos (apenas manutenção), 2013 será um bom ano para começar a obter lucros com mais uma atividade dentro da propriedade.