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Notícias / Agronegócio

Preço do algodão pode ter reação entre janeiro e fevereiro de 2013

Folha do Estado

 Mesmo diante de um cenário pouco animador devido aos preços pagos pela pluma, em decorrência aos altos estoques mundiais, o plantio do algodão 2012/2013 chegou na última semana a 4,5% dos 498,3 mil hectares destinados a cultura. A arroba da pluma está cotada em média a R$ 48,50 hoje e no mercado futuro (março 2013) R$ 51. A recuperação dos preços depende da oferta e procura. A arroba pode chegar a média de R$ 55 entre janeiro e fevereiro, conforme os estoques vão diminuindo, segundo analistas.

Dados do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea) revelam que até o momento 80% da safra 2011/2012 já foi comercializada e 49% da safra 2012/2013. “O mercado hoje está acomodado devido aos altos estoques nas indústrias e também por ser época de final de ano e as empresas estarem entrando em recesso. Entre fevereiro e janeiro as vendas da safra 2011/2012 devem encerrar. Além do mais, os produtores estão segurando o produto buscando o melhor preço. No 1º bimestre de 2013, os preços devem ficar na média de R$ 55, conforme os estoques da indústria e dos produtores vão caindo, mas por hora seguem estáveis”, comenta a analista de mercado do Imea, Elisa Gomes.

O presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Milton Garbugio, comenta que a safra está “dentro da normalidade”, mesmo que a área tenha reduzido 35%. Ele frisa que a medida estratégica do setor em diminuir a área “faz parte do dia a dia do empresário rural”. “Hoje, temos uma demanda maior por soja e milho, e a cotação da pluma no mercado internacional está muito próxima dos custos de produção. Por isso, optamos por reduzir a área numa reação normal ao mercado”, diz Garbugio.

O presidente da Ampa comenta que os estoques mundiais seguem altos e que a Secretaria do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC na sigla em inglês) projeta para a safra 2012/2013 uma produção global de 25,9 milhões de toneladas e um consumo 23,4 milhões de toneladas, resultando um excesso de oferta de cerca de 2,4 milhões de toneladas. “Temos um cenário pouco animador, mas estamos enfrentando esse quadro de forma a garantir a sustentabilidade de nossa produção algodoeira. Mato Grosso é hoje o maior produtor do Brasil e não vamos perder essa posição”.

Para o produtor Carlos Weber, de Sapezal, a questão é preocupante para esta safra. “Como os estoques estão altos, pouco se está vendendo futuramente para as safra 2012/2013 e até mesmo 2013/2014. Esperamos que o governo federal nos auxilie diante deste cenário para que a safra 2013/2014 não caia mais e não tenhamos mais migrações para outras culturas”.
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