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Notícias / Agronegócio

Mais de 70% dos produtores de soja de MT ainda não adotam práticas cooperativas

Especial para o Agro Olhar - Thalita Araújo

A maior parte dos produtores de soja, mais de 70%, ainda não adota práticas do cooperativismo na hora de comprar insumos ou negociar a venda do grão, de acordo com levantamento feito pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).

Os dados mostram também que, dentre aqueles que fazem qualquer tipo de negociação em grupo, o número de quem vende a oleaginosa em grupo é cerca de 10% maior que a compra coletiva de insumos.

De acordo com Nery Ribas, gerente institucional da Aprosoja, a falta de negociações em grupo é um ponto negativo, mas os produtores acabam não se rendendo às práticas cooperativas mais por falta de conhecimento que por resistência.

“Precisamos de fortalecimento neste sentido. Comprar e vender em grupo mostra melhores resultados, tem muitos benefícios. Mas, a notícia boa é que, mesmo o número sendo pequeno, é possível ver que ele vem aumentando”, afirma Ribas.

Para o diretor financeiro da Aprosoja, Nelson Piccolli, o sistema cooperativo chegou a cair em descrédito no país depois de alguns exemplos em que diretores de cooperativas enriqueciam às custas de dívidas deixadas a cooperados.

“Mas, nos últimos anos, temos visto um sistema novo e diferenciado, onde as cooperativas não trabalham comprando e vendendo, mas sim criando as oportunidades de comprar e vender em grupo”, explica Piccolli.

A região Oeste é a que menos negocia em grupo. Dos entrevistados na região, 85,9% não fazem compras coletivas de insumos e 74,7% não negociam vendas em grupo.

Em relação à compra, o Norte de Mato Grosso está na frente, com 29,3% dos produtores adquirindo conjuntamente os insumos. Na venda do grão, a região Sul destaca-se nas negociações em grupo, 35,9%.
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