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Notícias / Agronegócio

Projeto inédito começa a testar sistema de controle de lagartas em lavouras de algodão de MT

Especial para o Agro Olhar - Thalita Araújo

Um projeto inédito de controle de lagartas nas lavouras de algodão vai iniciar testes em fazendas de Mato Grosso. Trata-se do Sistema de Alerta de Pragas Emergentes (SAP-e), desenvolvido pelo Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), braço tecnológico da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa).

O SAP-e consiste na implantação de armadilhas para mariposas instaladas no meio das plantações e com permanência de 90 dias, durante os quais o produtor vai poder, com base nas informações sobre a população e espécie de mariposa, fazer o controle adequado das lagartas.

Com isso o produtor pode se antecipar a problemas causados por pragas, reduzindo custos de produção ao fazer um uso mais eficiente dos produtos agroquímicos.

De acordo com informações da Ampa, o projeto está sendo conduzido pelo pesquisador Miguel Soria, entomologista IMAmt), e começou a ser implantado esta semana em fazendas das regiões Centro Leste (Primavera do Leste e Santo Antônio do Leste), Centro (Campo Verde e Jaciara) e Sul (Rondonópolis, Itiquira e Pedra Preta) do Estado.

A armadilha

O SAP-e está utilizando armadilhas iscadas com feromônios sintéticos (substâncias químicas que, captadas por animais de uma mesma espécie permitem o reconhecimento mútuo e sexual dos indivíduos) para atração de mariposas, além de armadilhas luminosas que atraem esses insetos pela luz. “Se a incidência de mariposas for muito grande, a chance de se ter uma infestação de lagartas capaz de causar prejuízos nos cultivos é maior”,explica Miguel Soria.

De posse da informação sobre a população de mariposas na área, é possível ao produtor se prevenir, alertando sua equipe de monitoramento para que tenha mais rigor nas vistorias dos talhões, podendo planejar e reposicionar o controle químico sobre o alvo correto, de modo a aumentar a eficiência do combate e minimizar riscos e prejuízos à plantação.

Soria destaca que a implantação do sistema vai permitir identificar, pelo adulto, qual a espécie de lagarta predominante na área no caso da ocorrência de populações mistas de lagartas muito semelhantes, como a lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens) e lagarta-da-espiga-do-milho (Helicoverpa zea).

Em um primeiro momento, o projeto está restrito a nove fazendas selecionadas pelos Assessores Técnicos Responsáveis (ATRs), que fazem a ponte entre pesquisadores e produtores de algodão. Nesta primeira etapa, apenas os proprietários dessas áreas terão acesso às informações, porém, na medida em que o sistema for sendo ampliado, novas informações sobre a infestação de pragas serão geradas e poderão ser úteis a mais agricultores, que poderão se prevenir e fazer um controle melhor sobre lagartas, como a lagarta-falsa-medideira (Pseudoplusia includens), lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens), lagarta-da-espiga-do-milho (Helicoverpa zea) e complexo de Spodopteras, todas pertencentes ao agroecossistema soja–algodoeiro. Com informações da AMPA.
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