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Protagonismo de Mato Grosso na economia pede mais atenção do governo federal

Da Redação - Rodrigo Maciel Meloni

Lideranças políticas e do agronegócio ressaltaram, nesta quinta-feira à noite, durante jantar solene em homenagem ao secretário de Polícia Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, em Cuiabá, o potencial econômico de Mato Grosso – que está fortemente ligado ao agronegócio.

Atualmente, o agro é o mais importante setor da economia brasileira, representando valores entre 20% a 30% do nosso Produto Interno Bruto (PIB), gerando cerca de 40% dos empregos e respondendo por mais de 35% das exportações. E esta constância vem sendo observada, no mínimo, desde 2009. Projeções mostram que, até 2022, a produção de grãos aumentará 22%, sendo a soja o produto principal, com crescimento médio de 2,3% ao ano.

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Dentro deste cenário, Mato Grosso se destaca com notabilidade. Maior produtor de soja, maior produtor de algodão em pluma, segundo maior produtor de arroz, quinto produtor de cana-de-açúcar e sétimo de milho. O Estado possui atualmente o maior rebanho bovino de corte do país e registrou, em 2012, crescimento econômico de 5,5%, bem acima da média nacional, que foi de pouco mais de 1%.

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Tais credenciais, obtidas com área destinada à produção de grãos de apenas 8% da extensão territorial do Estado, demonstram potencial a ser explorado.

Novas tecnologias que promovem o aumento de produtividade por meio de sistemas de irrigação mais eficientes e uso racional da terra, capacitaram o Estado a gerar produções recordes ano após ano, com pequeno aumento de área plantada e baixo impacto ambiental, como foi lembrado pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mendes Ribeiro Filho, durante evento realizado nesta quinta-feira (31) na Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

O secretário Neri Geller disse, durante a solenidade na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), que para o Estado não sofrer perdas nesta área será preciso olhar com mais atenção para a infraestrutura e logística. “O Mapa vai priorizar estes dois pilares”, comentou.

Já o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro, aproveitou para lembrar que, nos últimos dez anos, o governo federal se compadeceu da situação mato-grossense e investiu "como nunca tinha feito antes no estado".

“A União nos deu uma carta de alforria, mas precisamos avançar ainda mais; e agora é urgente que o Conselho Monetário Nacional (CMN) reveja a política de reajuste do preço mínimo do algodão e do milho”, complementou Fávaro.

Representante da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), assegurou que se o governo federal não tomar atitude célere diante da situação do algodão – que já registrou queda de 42% na produção, com a diminuição na área de plantio de 498,3 mil hectares para 464,8 mil há, a situação pode piorar. “O setor algodoeiro emprega milhões de trabalhadores, e é um dos mais importantes ingredientes da economia brasileira; é só ver o que ocorreu com Lucas do Rio Verde, que hoje tem a maior renda per capita do Brasil, e isso se deve ao algodão”.

Panorama

Especialistas ligados ao agronegócio prevêm para 2013 um panorama otimista, mesmo com a crise econômica degolando os mercados de países desenvolvidos, tornando menos atrativo os preços em dólar das commodities agrícolas. Diante disso, a previsão é de que o agronegócio se manterá como principal operador positivo da balança comercial este ano.

Projeções baseadas em dados divulgados pelo governo federal revelam que as exportações do agronegócio somaram US$ 84,1 bilhões em 2012 e responderam por 34% das vendas externas. Sem a contribuição do agronegócio, a balança comercial apresentaria déficit de US$ 53 bilhões, ao invés de resultado positivo de US$ 17,9 bilhões.
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