O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) realiza nesta quarta-feira (6), em Cascavel, o lançamento oficial das cultivares IPR Andorinha, de feijão, e BRS-IPR Bel, de batata. A solenidade terá início às 10 horas, na unidade demonstrativa do instituto no Show Rural. São aguardados para o evento o governador Beto Richa e o secretário de agricultura e abastecimento Norberto Ortigara, além de autoridades e lideranças ligadas à agropecuária.

IPR Andorinha – Feijão do grupo comercial Carioca, a nova cultivar foi obtida pelo método tradicional de melhoramento genético (sem uso de transgenia) e tem grãos do tipo comercial carioca.

De acordo com o pesquisador Nelson da Silva Fonseca, responsável pelo desenvolvimento do novo material, os testes indicaram que a variedade agrada no campo, pela sanidade da semente e porque os produtores paranaenses preferem material de alta precocidade; ao mercado, porque “empacota bem”, conforme a linguagem do setor, para designar um produto que tem boa aceitação e “boa saída”; e, ainda, no preparo, porque rende mais, tem cozimento rápido, caldo grosso e excelente sabor.

A variedade pode ser colhida em apenas 65 dias, se plantada em regiões de clima quente, e em 82 dias, quando cultivada em condições de temperatura amena, o que equivale a uma média de 73 dias, tempo suficiente para ajudar a reduzir os riscos climáticos. Nos experimentos, a melhor média de produtividade ultrapassou os 2,5 mil quilos por hectare.

O pesquisador alerta que em decorrência da suscetibilidade à murcha de curtobacterium – doença que ataca a planta de feijão, entupindo vasos e reduzindo a produção – recomenda-se não fazer o cultivo em áreas contaminadas com esse patógeno, bem como fazer uso de sementes sadias.

BRS-IPR Bel – Cultivar de batata desenvolvida em conjunto com a Embrapa, é um material que se destaca pelo elevado potencial produtivo, além de fornecer tubérculos de boa aparência e qualidade de fritura (por isso, é destinada ao processamento industrial, na forma de “chips” e batata palha).


A variedade tem ciclo médio (110 dias), com bom aspecto vegetativo, atingindo boa cobertura do solo. A dormência dos tubérculos é relativamente longa; é moderadamente suscetível à requeima e moderadamente resistente à pinta-preta, ao vírus Y da batata e ao enrolamento das folhas. Apresenta baixa suscetibilidade à desordem fisiológica nos tubérculos.

Diante da sua suscetibilidade ao esverdeamento, exige alguns cuidados no manejo: a amontoa, por exemplo, deve ser bem feita de forma a cobrir bem os tubérculos. No transporte e comercialização deve-se minimizar a exposição dos tubérculos à luz solar.

A batata Bel pode, eventualmente, ser usada para consumo fresco, desde que sejam tomados os cuidados para prevenir o esverdeamento dos tubérculos.