Se a safra brasileira pode apresentar um ligeiro aumento, de 4%, segundo prevê a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os principais exportadores de arroz para o mercado doméstico do Brasil estão enfrentando problemas com a safra 2012/13. Na semana passada o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou a expectativa de que a Argentina produzirá menos arroz. A retração, com relação à expectativa há um mês, será de 110 mil toneladas, segundo informa a USDA, que estima uma produção aproximada de 1,5 milhão de toneladas de arroz em casca no país vizinho. Na soma geral, a Argentina reduzirá em 540 mil toneladas as suas exportações em 2013/14, segundo avaliação dos especialistas estadunidenses.

O escritório do USDA relata que, em geral, as plantas se encontram em boas condições, mas o excesso de chuva atrasou o plantio em outubro e novembro em Entre Rios, Santa Fé e Corrientes, reduzindo o potencial produtivo. O país vizinho ainda apresentará uma redução de 40% em seus estoques internos, o que reduzirá as disponibilidades de arroz, já afetadas pelo grande volume exportado em 2012/13.

Dirigentes setoriais informaram que o Uruguai deverá repetir a área cultivada, mas poderá ter problemas de produtividade. A redução dos investimentos em tecnologia por causa do significativo aumento do custo de produção e queda na renda dos arrozeiros, e o clima, afetarão a oferta deste País. Em 2012, o Uruguai buscou abrir e assegurar terceiros mercados, para não concentrar sua oferta no mercado brasileiro. Uma queda mais significativa nos preços praticados no Brasil afetaria fortemente a renda dos produtores uruguaios. Lição que aprenderam no passado, mas parece não ter alcançado o nível de entendimento pelos argentinos e paraguaios, que continuam forçando exportações ao mercado brasileiro.