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Notícias / Agronegócio

Conab vai levantar custo de produção de algodão colorido

Wisley Tomaz - Gazeta Digital

 Um grupo de técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) se reuniu com representantes do setor produtivo de algodão colorido da Paraíba para coletar informações que vão auxiliar no levantamento do custo de produção da fibra. Os dados farão parte de proposta do governo para a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). O objetivo é evitar a desestabilização da cadeia produtiva e afastar a ameaça dos atravessadores, que muitas vezes acabam comprando a fibra do algodão colorido até 80% mais barato do que o valor justo de mercado.

De acordo com Asdrúbal de Carvalho Jacobina, gerente da Gerência de Custo de Produção da Conab, eles estiveram em São João do Rio do Peixe e em Juarez Távora, no interior do Estado. “Na ocasião ouvimos produtores rurais, representantes de cooperativas agrícolas e de organismos ligados à assistência técnica e de pesquisa, além de agentes financeiros. Coletamos dados e coeficientes, agora estamos tabulando para que seja apresentado a todos que participaram dos paineis”. O algodão colorido é utilizado em confecções artesanais em muitas regiões nordestinas, sendo fonte de renda de muitas famílias. O cultivo é realizado ainda de forma rudimentar e estende por uma área que já chegou a 1.800 hectares, mas que hoje não passa de 400 ha. O convite feito à Superintendência da Companhia no estado pelos produtores busca o apoio dos órgãos federais, principalmente agora que a seca na região destruiu plantações e vem dificultando o cultivo da fibra.

Segundo o representante da Conab, o governo federal vai liberar recursos para serem emprestados aos produtores do algodão colorido com ágio de 3% ao ano, o que equivale a 0,25% ao mês. Em função disso é preciso se estabelecer o preço mínimo do quilo da pluma que deverá ser ofertado no mercado. Dessa forma, ao ser incluído esta cultura de PGPM a Conab empresta o dinheiro da produção ao agricultor com ágio de 3% ao ano. Isso dará mais tranquilidade para o produtor vender a fibra pelo preço justo e depois pagar o empréstimo do governo federal.

Através da iniciativa, a Conab pretende fazer com que os empresários que tentarem explorar os produtores estejam cientes de que ou compram a fibra pelo preço mínimo estabelecido ou ficam sem matéria prima para fabricarem seus produtos. O objetivo é fazer com que os agricultores encontrem compradores que adquiram o algodão por um preço bom, acima do mínimo, para que eles tirem o seu lucro e assim fortaleça a cadeia produtiva.

A Embrapa Algodão já disponibilizou cinco variedades diferentes de algodão colorido no mercado, em tonalidades que vão do verde claro aos marrons claro, escuro e avermelhado. A primeira foi a BRS 200 Marrom, lançada em 2000; em seguida veio a BRS Verde, em 2003; e a BRS Safira e a BRS Rubi, ambas em 2005, e, por último, a BRS Topázio, lançada em 2010. As variedades coloridas foram desenvolvidas especialmente para a região Nordeste, com foco na geração de renda para os pequenos produtores do semiárido. Além disso, por dispensar o uso de corantes, o algodão colorido contribui para reduzir os custos de produção para a indústria têxtil e o lançamento de produtos químicos no meio ambiente.
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