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Britânico Financial Times desenterra a ‘motosserra de ouro’ de Maggi

De Sinop - Alexandre Alves

 A revista semanal do jornal britânico Financial Times – que circulou no final de semana dando o destaque da capa para o Brasil – “desenterrou” o indesejável prêmio “Motosserra de Ouro” que o Greenpeace tentou entregar a Blairo Maggi (PR) em junho de 2005, quando ele governava Mato Grosso.

O prêmio indigesto de Maggi fora lembrado em uma reportagem sobre sustentabilidade. O jornalista John Paul Rathbone - que é o editor da Financial Times na América Latina – traçou um linha do tempo entre o incentivo ao desmatamento do governo militar do Brasil para ocupação da Amazônia (que usava o slogan “Integrar para não entregar”) até a diminuição do desmatamento por meio de forte fiscalização nos últimos anos.

Financial Times destaca fazenda em Sinop como exemplo de produção sustentável

Rathbone citou na reportagem que foi ao Nortão de Mato Grosso para verificar o sistema usado pelo governo federal para repressão ao desmate e lembrou que, antes do rigoroso sistema de monitoramento via satélite usado atualmente, boa parte do bioma Cerrado em Mato Grosso foi aberto.

“Metade do cerrado foi limpo, uma área equivalente à Alemanha e França. Em reconhecimento a este feito, o Greenpeace deu a Blairo Maggi, governador do Estado na época, a sua "Golden Chainsaw". Maggi agora dirige o Grupo Amaggi, com mais de 200.000 hectares cultivados”, comenta o britânico.

A reportagem lembra que agora o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) monitora o desmatamento diariamente, transferindo dados em tempo real via satélite para os agentes ambientais federais que estão no solo.

“Atualmente, a localização por satélite pode detectar clareiras frescas de 60m ou mais. Novos satélites com início das operações neste ano vão mapear distâncias tão pequenas quanto 5m. O velho refrão militar de Integrar para não entregar foi atualizado para o século 21”, diz o texto.

Leia a reportagem da FinancialTimes na íntegra clicando aqui:

Efeitos do prêmio “Motosserra de Ouro”

Depois que o Greenpeace tentou presentear Maggi com a simbologia de devastador da Amazônia com tal prêmio, o então governador do Estado colocou em prática uma política de repressão ao desmate e, paralelamente, de regularização ambiental das áreas já abertas.

Maggi criou o programa “MT Legal” e chegou a assinar a “moratória da carne”, concordando com o veto internacional à carne mato-grossense que fosse produzida baseada em desmate ilegal.

Cerca de quatro anos depois, Maggi recebeu outro prêmio do Greenpeace, uma caixa de bombons de Cupuaçu – uma gentileza da ONG reconhecendo que Mato Grosso diminuíra o desmatamento.
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