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Notícias / Agronegócio

Para Faep, criação do Ciep vai prejudicar produtores

Victor Lopes - Folha Web

 O governo federal anunciou na semana passada a criação do Conselho Interministerial de Estoque Público de Alimentos (Ciep), que tem como objetivo monitorar os volumes de alimentos estocados no País de forma mais efetiva, criando estratégias para liberar os produtos no mercado. Quatro ministérios integram o novo órgão: Agricultura, Casa Civil, Fazenda e Desenvolvimento Agrário, que farão reuniões semestrais para atuar nesta nova política de regulamentação dos estoques no País.

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) não vê com bons olhos a criação do Ciep. Para a entidade, o desenvolvimento desse novo órgão "leva especialistas de mercado a avaliarem com uma tentativa do governo federal em controlar a oferta e a demanda como estratégia de combate à inflação."

Na opinião da entidade paranaense, em momentos em que a demanda – principalmente de produtos básicos da alimentação tiverem oscilação positiva nos preços - o governo abrirá as comportas de estoques forçando a baixas, e assim, os produtores podem ser prejudicados. "Em primeiro lugar, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já faz exatamente este papel de estocagem. Fica a impressão que o governo está tentando lidar com a inflação, quando houver um aumento de preços dos alimentos", salienta o assessor da diretoria da Faep, Carlos Augusto Albuquerque.

Albuquerque disse ainda que a Faep avalia a criação do Ciep com certo temor, "já que dá uma ideia de intervencionismo". "A Conab está lá para lidar com a necessidade do produto em uma região ou outra, como aconteceu com o milho recentemente. Agora, esta questão de oferta e procura deve se resolver por si só, sem tal ação governamental", salienta o representante da Faep.

Apesar do receio, a entidade ainda não sabe como será a ação do Conselho, e por isso vai esperar os próximos movimentos do governo. "Outro ponto intrigante é a necessidade de quatro ministros para tratar dessas questões de armazenagem. Vamos aguardar", conclui Albuquerque.

Além das reuniões a cada seis meses entre os quatro ministérios, os técnicos de cada pasta participarão de encontros mensais com o intuito de definir as quantidades de estoques estratégicos de cada produto, recomendar critérios para cálculos de preço e propor as condições gerais para aquisição e liberação dos alimentos.

Durante a semana, já aconteceu a primeira reunião onde os quatro ministros envolvidos no Conselho participaram. O encontro discutiu neste primeiro momento as diretrizes do Plano Safra 2012/13. (Com agências)
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