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Andrade inicia reforma no Ministério da Agricultura

Tarso Veloso | Valor

 O novo ministro da Agricultura, Antônio Andrade, começa a encaminhar mudanças na estrutura da Pasta. Ontem, o peemedebista passou o dia em reuniões com servidores e deputados da bancada ruralista. Aos parlamentares, Andrade pediu apoio para "fortalecer o ministério".

A principal disputa é pela secretaria-executiva. O atual ocupante do posto, José Carlos Vaz, já foi avisado que não continuará. Após a saída do ministro Mendes Ribeiro, Vaz buscou apoio para seguir no cargo, mas aparentemente não foi bem sucedido.

Integrantes da bancada ruralista alegam que alguns assuntos considerados prioritários - como a questão envolvendo a pulverização aérea das lavouras - foram "deixados de lado" por Vaz, que por diversas vezes substituiu Mendes Ribeiro, em tratamento contra um câncer, no comando da Pasta. Fontes citam ainda problemas de relacionamento com funcionários dentro do próprio ministério.

Para ocupar seu lugar, três nomes são citados: João Alberto Paixão Lopes, Francisco Jardim e Carlos Magno. Lopes é presidente da Ceasa de Minas Gerais, e seria uma escolha da cota pessoal de Andrade, assim como Magno, um técnico da Emater de Minas Gerais e que não sai de perto do ministro desde o fim de semana.

Por fora, aparece Francisco Jardim, ex-secretário de Defesa Agropecuária e atual assessor especial do gabinete do ministro. Jardim foi delegado do Ministério da Agricultura em São Paulo e é o presidente do Conselho de Administração da Ceagesp, estatal de alimentos do governo federal em São Paulo.

A permanência do secretário de Política Agrícola, Neri Geller, indicado ao cargo pela bancada de Mato Grosso, ainda não está fechada. Apesar de contarem com a manutenção de Geller, parlamentares do Estado ainda precisam costurar um acordo com o novo ministro.

Na secretaria de Defesa Agropecuária, Ênio Marques deve continuar à frente dos trabalhos. Já o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) deve ser dirigido por Judi Maria da Nóbrega, que assumiu interinamente o cargo após a exoneração de Luiz Carlos de Oliveira, em outubro do ano passado.

Com a chegada de Andrade, a figura de super secretário-executivo criada para Vaz deixa de existir. Em seu último ato como ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro revogou a portaria nº 1.151, de 17 de dezembro do ano passado, que centralizava a gestão da Pasta em torno de Vaz.

A portaria, que fortaleceu o secretário-executivo, foi publicada em um momento em que o ministro voltou a se tratar do câncer. O texto dava poderes para Vaz tomar decisões, representar o ministro em eventos, vetar decisões de órgãos subordinados e celebrar convênios e acordos.
(Valor Econômico) (Tarso Veloso)
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