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Notícias / Agricultura

Embrapa adota ações emergenciais contra a mais nova praga das lavouras de milho

Embrapa Milho e Sorgo

A identificação de uma nova espécie de praga nas lavouras de milho no Brasil mobilizou um grupo de pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) a criarem ações emergenciais para controle da Helicoverpa armigera, muito próxima de uma espécie mais comum e já conhecida pela maioria dos agricultores, a lagarta-da-espiga, ou Helicoverpa zea. As ocorrências de maior severidade foram registradas no Oeste da Bahia, causando perdas elevadas na produtividade, mesmo com a aplicação de inseticidas químicos.

Segundo o pesquisador Ivan Cruz, do Núcleo de Pesquisa em Fitossanidade da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), as diferenças entre as duas espécies são muito sutis. “Não são facilmente separadas visualmente. As diferenças estão na genitália das duas espécies”, diz. De acordo com ele, a Helicoverpa armigera é muito severa em países da Ásia, África e Austrália e tem como hospedeiros as seguintes culturas: milho, soja, algodão, sorgo granífero, painço, girassol, cereais de inverno (trigo, aveia, cevada e triticale), linhaça, grão-de-bico, feijão e culturas hortícolas, como cerejas, tomate, pepino e frutas cítricas.

Ivan reforça que o que torna a praga importante e severa é o fato de possuir alta mobilidade, polifagia e alta taxa de reprodução. “Um problema agravante ao manejo da praga tem sido também o desenvolvimento da resistência aos inseticidas, fato já documentado na literatura, especialmente em relação a piretroides sintéticos, embora já haja registro de resistência a outros grupos de compostos, como carbamatos e organofosforados”, explica o pesquisador.

Os ovos da Helicoverpa armigera são geralmente postos sobre o “cabelo” do milho, assim como a espécie H. zea. “Ao eclodir, as larvas consomem os grãos em desenvolvimento e, além desse dano direto, são comuns as infecções bacterianas secundárias”, alerta Cruz. De acordo com o pesquisador, as larvas também podem se alimentar das folhas do cartucho, das mais desenvolvidas na planta e do pendão.

Uma das características que a tornam ainda mais severa é o ciclo de vida do inseto, que é em torno de um mês, o que permite a existência de várias gerações anuais e contínuas, especialmente nas áreas mais quentes. Ivan Cruz explica que ocorrem seis estágios larvais e a larva pode chegar a até 40 mm de comprimento quando completamente desenvolvida. A pupa é marrom escura e tem entre 14 mm e 18 mm de comprimento, com superfície lisa, arredondada, tanto anterior como posteriormente, com dois espinhos paralelos na ponta posterior.
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