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Transporte e logística, arrendamento e CCT pressionam para cima os custos das usinas-Ricardo A. Silva

BrasilAgro

 Uma pesquisa desenvolvida pela Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo), cujos dados foram divulgados em agosto, mostra com números um cenário preocupante para o setor sucroenergético: para produzir a mesma quantidade de cana, os produtores e as usinas gastam atualmente 25% a mais do que há quatro safras.

A pesquisa elenca como principais fatores para a alavancada dos preços a alta do dólar e, consequentemente, dos produtos agrícolas comercializados nas bolsas internacionais. Mas há outros fatores que também pressionam para cima os custos de produção de açúcar e etanol.

O alto custo do processo de Corte, Colheita e Transporte da cana, adicionado à escalada do valor do arrendamento de terra, impacta fortemente a margem de lucro das unidades. É possível verificar, pelos dados da pesquisa da Esalq, que esses fatores lideram os índices de custos das usinas.

Por outro lado, a estiagem, o canavial velho e sofrido, a carência de mão de obra qualificada e a falta de planejamento estão entre os fatores de perda agrícola dos últimos anos. Afetadas pela baixa performance agrícola, as empresas acumulam prejuízos em suas operações, o que torna ainda mais pesado o fardo dos altos custos que recaem sobre o setor bioenergético.

Gestão logística e competitividade do negócio - É frequente vermos nas usinas muitas colhedoras de cana quebradas. Um capital valioso, muitas vezes sucateado por operações irregulares, falta de manutenção preventiva e corretiva e uso de equipamentos inadequados. As usinas e os produtores agrícolas precisam comprometer os fabricantes das máquinas com a produtividade oferecida na venda dos equipamentos e possíveis variáveis de performance.

A qualificação profissional dos colaboradores das usinas que trabalham nas operações motomecanizadas, que inclui todos os trabalhadores envolvidos no processo, desde os operadores das plantadoras e colhedoras, aos tratoristas e mecânicos, deve ser uma constante nas empresas. E esse processo de formação precisa ser feito em conjunto com os fabricantes e as empresas vendedoras de peças e de serviços dessa cadeia produtiva.

Na visão do ALLGROUP, o acompanhamento em campo e a assessoria, assim como o compromisso com os resultados dos clientes, devem fazer parte da cultura dos fornecedores de peças e serviços para o setor bioenergético.

Tem muita gente "morcegando" o setor e essa filosofia precisa ser extinta urgente e definitivamente. Precisamos de empresas fornecedoras e de "parceiros" comprometidos com os resultados de seus clientes, e as usinas precisam exigir tal compromisso.

O setor bioenergético passa por um momento difícil. Por isso, a boa gestão logística e do CCT pode ser decisiva para trazer competitividade para as usinas, ao amenizar o fantasma da alta dos custos em áreas tão importantes para o processo produtivo (Ricardo A. Silva - diretor da Aliança Service/ ALLGROUP,
empresa especializada em logística para usinas sucroenergéticas).
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