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Notícias / Economia

Missão do Banco Mundial avalia andamento dos planos de negócios

Assessoria de Imprensa Cati SP

A última visita aconteceu entre 08 e 12 de abril e teve como foco o andamento das licitações, já pagas, feitas pelo Projeto e pelos subprojetos envolvendo as Secretarias de Agricultura e Abastecimento e do Meio Ambiente.

Segundo Luciano Wuerzius, especialista em licitações do Banco Mundial, existe duas formas de avaliação: a revisão prévia com parâmetros pré-definidos e a posterior por amostragem. “Essa é uma missão de avaliação posterior, pois as compras dos planos de negócios já foram feitas, executadas e pagas. Nessa visita analisamos se tudo que foi feito seguiu os procedimentos acordados pelo Banco Mundial”.

Na oportunidade, o especialista foi ver em campo a aplicação dos recursos em três subprojetos nos municípios de Pratânia, São Pedro e Piracicaba.

O primeiro plano de negócios tem como objetivo melhorar a qualidade do produto e assim aumentar o retorno econômico, através da comercialização no mercado de cafés especiais. Para tanto, a Associação de Produtores Rurais da Microbacia Hidrográfica do Rio Claro, em Pratânia, elaborou um projeto prevendo a aquisição de máquinas e implementos necessários para mecanizar a colheita visando agregar valor ao produto que já possui certificação Fair Trade ou mercado justo. O projeto envolve 31 dos 117 produtores associados, sendo que 71% são familiares.

Para viabilizar economicamente a atividade e melhorar a qualidade do café também foi prevista a aquisição de uma colheitadeira e equipamentos para implantação de uma sala de prova. O investimento foi de R$ 552 mil e o reembolso do Microbacias II foi R$ 386,4 mil.

Segundo Luiz Carlos Josepetti Basseto, presidente da Associação de Produtores Rurais, mais conhecido como Japão, parte dos maquinários foram entregues no começo do ano e o restante está previsto para esse mês de abril. “A colheitadeira está funcionando e já que faz também a limpeza e o ensacamento do grão, melhorou a qualidade do café e com a implantação da sala de prova agregaremos ainda mais valor, possibilitando a separação dos lotes segundo a qualidade da bebida”.

Japão destaca que a aquisição desses equipamentos com a subvenção do Microbacias II é um passo muito importante. “Mas nossos associados pretendem apresentar novas propostas de negócios, pois para agregar valor a atividade é preciso que cada agricultor processe o produto na propriedade. O papel da associação ou cooperativa seria a comercialização desse produto. A assistência técnica continuaria a ser prestada pela Casa da Agricultura, como é hoje”.

Já a Coopamsp – Cooperativa dos Produtores Agropecuários de São Pedro, definiu como prioridade modernizar e ampliar a indústria de laticínios e melhorar o sistema de distribuição dos produtos. Dentro do plano de negócios aprovado pelo projeto, foram solicitados uma caldeira de alta pressão, uma iogurteira com capacidade de dois mil litros com sistema de aquecimento e resfriamento, um pasteurizador com capacidade de três mil litros por hora e com possibilidade de ampliação para cinco mil litros e um tanque automático para produção de queijos de três mil litros.

Numa segunda, vão receber um caminhão refrigerado para transporte rodoviário e um veículo leve, também refrigerado, para distribuição na merenda escolar. O valor total do projeto é de R$ 483 mil, com reembolso de R$ 338 mil.

Segundo Milene Veroneze, diretora administrativa da cooperativa, dos 110 cooperados, trinta e um fazem parte do projeto. O leite pasteurizado é entregue na merenda escolar e no comércio de Piracicaba e São Pedro. O iogurte é direcionado à merenda escolar dos municípios de São Pedro, Piracicaba, Rio das Pedras, Brotas e Santa Bárbara D´Oeste.

Milene explica que muitos agricultores que tinham desistido da produção de leite, com a implantação do projeto estão retornando. “Com os novos investimentos deixaremos de produzir mil litros e passaremos a três mil por dia. Além de ampliar o atendimento vamos introduzir outros produtos, como diversos tipos de queijo, aproveitando assim o excedente da produção”.

Em Piracicaba, a COPLACANA tem como base a cana-de-açúcar, mas atende a diversidade das culturas da região. Viabilizar a pecuária leiteira na agricultura familiar, desenvolvendo uma metodologia intensiva de trabalho com um produto de qualidade foi o que levou a apresentar um projeto que vai atender a cerca de 60 produtores de leite, através da COPLAC, setor da cooperativa voltado aos produtos lácteos.

Os investimentos coletivos apresentados ao Projeto Microbacias II são um caminhão com tanque refrigerado para leite, máquina de embalar, iogurteira, tanque de refrigeração de cinco mil litros, sala e tanque para produção de ricota, medidor de vazão, ampliação do laticínio, analisadora de leite e carro refrigerado para entrega. O valor total é de R$ 450 mil. Em relação aos investimentos individuais, a solicitação é de onze tanques resfriadores e uma ordenhadeira, perfazendo um total de R$ 66 mil reais. Nesse caso o reembolso é de 50%, por não se tratar de maioria de agricultores familiares.

Segundo Fernando Sturion Codo, coordenador de laticínio da COPLAC, a idéia de investir nesse tipo de projeto é retomar a bacia leiteira de Piracicaba, proporcionando incremento à renda do produtor rural e oferecer um produto de qualidade ao consumidor. Ele explica ainda que com a aquisição do caminhão são coletados nas propriedades cerca de oito mil litros de leite por dia sem nenhum custo adicional e com a possibilidade de um ganho de até oito centavos por litro. “A implantação desse projeto foi um incentivo para reestruturação da COPLAC que deverá, num futuro próximo, andar com suas próprias pernas”.

Os produtos do laticínio serão: leite integral pasteurizado, bebida láctea e queijos tipo frescal, mussarela, minas padrão, provolone e ricota, comercializados em supermercados, padarias, cozinhas industriais, hospitais e novos mercados interessados.

Após as visitas realizadas, Luciano Wuerzius, do Banco Mundial, explicou que agora será feito um relatório com as considerações e recomendações, se houver, em relação a todos os projetos analisados. Ele destacou ainda que, num primeiro momento da missão, aconteceu uma reunião com as consultorias jurídicas das Secretarias de Agricultura e Abastecimento e do Meio Ambiente. “O objetivo foi aproximar as instituições para que o trabalho possa ser executado de maneira coordenada”, finalizou.

Sobre o MICROBACIAS II - Acesso ao Mercado

O Projeto tem como objetivo promover o desenvolvimento rural sustentável e a competitividade agrícola no Estado, aumentando as oportunidades de emprego e renda para pequenos agricultores e suas famílias. A meta é apoiar os negócios dos agricultores organizados em associações ou cooperativas e conectá-los com o mercado consumidor.

O Microbacias II é uma parceria entre o Governo do Estado de São Paulo e o Banco Mundial e envolve US$ 130 milhões, sendo US$ 52 milhões de contrapartida do Governo do Estado. Só podem apresentar projetos e pleitear incentivos, as organizações de produtores regularizadas, formadas a pelo menos um ano, compostas por no mínimo quinze membros ligados à mesma cadeia produtiva e com 50% de pequenos e médios produtores.
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