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Notícias / Agronegócio

Soja tenta recuperação e opera em campo misto na manhã desta 4ª feira

Notícias Agrícolas / Carla Mendes

Na manhã desta quarta-feira (24), a soja registra mais uma sessão de preços em campo misto na Bolsa de Chicago. Por volta das 7h43 (horário de Brasília), as primeiras posições operavam em alta, sendo mais expressivas nos contratos maio e julho/13, e com uma leve baixa na posição setembro. O milho e o trigo trabalham no vermelho, com leve recuo.

O mercado internacional de grãos continua observando as duas forças que atuam sobre as cotações, sendo uma de pressão positiva referindo-se aos fundamentos de oferta e demanda, principalmente para a soja, e outra onde já se contabilizam as boas expectativas para a nova safra dos EUA apesar das condições climáticas desfavoráveis no país.

Analistas afirmam que, apesar das chuvas intensas, das baixas temperaturas e da incidência de neve em alguns pontos de produção, o foco do mercado se volta para as previsões climáticas que indicam uma melhora para os próximos dias, o que poderia permitir uma recuperação do atraso no plantio que já vem sendo reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

A soja fechou os negócios desta terça-feira (23) em terreno misto na Bolsa de Chicago. Apenas o contrato maio/13 fechou no azul, registrando uma leve alta de apenas 2,50 pontos. Ao longo do dia, o vencimento chegou a subir mais de 10 pontos, porém, a volatilidade foi bastante intensa nesta sessão. As posições mais distantes terminaram o dia em queda.

Segundo explicam os analistas, fatores conflitantes influenciam o mercado no presente momento, o que vem tirando a direção dos negócios. Enquanto a demanda pela soja dos Estados Unidos, principalmente por parte dos importadores, processadores e fabricantes de ração, se mantém aquecida e reduzindo ainda mais a oferta norte-americana, dá sustentação aos contratos mais próximos, as notícias sobre a safra 2013 dos EUA pesam sobre o mercado.

O clima nas principais regiões produtoras de grãos norte-americanas segue muito úmido e frio, com até mesmo a incidência de neve em alguns locais, e isso vem provocando um significativo atraso no plantio do milho e do trigo no país. Nesta segunda (22), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo relatório de acompanhamento de safra indicando um avanço de apenas 2% na semeadura do milho e 1% para o trigo.

Esse atraso pode fazer com que os produtores tenham que mudar sua opções de cultura e, ainda de acordo com analistas, devem optar pela soja. Essas especulações já pesam sobre o mercado da oleaginosa e provocam um recuo nos vencimentos de mais longo prazo.

Por outro lado, o milho também recuou e fechou a sessão desta terça-feira com perdas de mais de 10 pontos para os contratos referentes à safra nova. O foco do mercado nesse momento é a previsão de melhora para o clima nos Estados Unidos, com uma trégua principalmente das chuvas.

"Até o momento a situação está ruim, mas talvez possa melhorar do ponto de vista do ritmo de plantio, e é isso que está criando essa indecisão na cabeça dos operadores", disse o analista de mercado Steve Cachia, da Cerealpar.

Seguindo o tom baixista dos mercados vizinhos, o trigo também fechou a sessão no vermelho. As perdas ficaram entre 4,75 e 7,75 pontos, mesmo diante de um atraso significativo no plantio do grão de primavera nos Estados Unidos.

Gripe Aviária na China - As notícias sobre a questão da gripe aviária na China também influenciaram negativamente o mercado de grãos, pesando principalmente sobre as cotações da soja. Já são contabilizados mais de 103 casos e as mortes chegam a 20, de pessoas entre 58 a 81 anos. Em função da doença, o consumo de carne de frango vem caindo com intensidade no país, o que já resulta em um queda de 5% nos preços nas últimas semanas.

O temor do mercado é de que essa redução no consumo de carne possa reduzir a produção frangos, diminuindo, consequentemente, um menor uso de soja, farelo, milho e trigo na produção da ração animal. Atualmente, a China é um dos maiores produtores mundiais de carne de frango, bem como a maior importadora global de soja.
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