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Notícias / Economia

Banco Central mostra sinais de que aperto monetário poderá ser maior

Da Redação - Rodrigo Maciel Meloni

Após corrgir ata da reunião do Comitê de Política Monetária que indicava "cautela" no novo ciclo de alta dos juros, divulgada poucas horas antes, o Banco Central voltou atrás e deu a ventender que pode intensificar o aperto monetário iniciado uma semana antes. Na oportunidade o BC tinha elevado a taxa básica de juros (Selic) de 7,25% para 7,5% ao ano.

Ato seguinte, o mercado recuperou cenário de provável aumento de 0,5 ponto percentual na taxa Selic na próxima reunião do Copom, nos dias 28 e 29 de maio. Agora, ressurgem apostas - ainda minoritárias, não só de maior elevação na taxa de juros, mas também de um ciclo mais intenso de aperto monetário.

O diretor de Política Econômica do banco, Carlos Hamilton de Araújo, elevou o tom da preocupação com a alta dos preços. "Cresce em mim a convicção de que o Copom poderá ser instado a refletir sobre a possibilidade de intensificar o uso do instrumento de política monetária [a taxa Selic]", disse, em conferência promovida pelo Itaú BBA. Após o discurso o mercado reagiu de imediato e as taxas de juros no mercado futuro chegaram a cair. Depois do discurso de Hamilton, fecharam em alta. 

O jornal Valor Econômico teve acessos a infromações exclusivas. Segund oa publicação, Hamilton teria falado em nome de toda a diretoria do Banco Central e a apresentação feita em conferência foi preparada a quatro mãos com o presidente da instituição, Alexandre Tombini.

Projeção

Para o diretor, o crescimento potencial do país está bem próximo da projeção que o BC fez para este ano - expansão de 3,1%. Pela primeira vez surge uma reestimativa oficial do PIB potencial, que ficou bem menor. Caso a demanda cresça "sistematicamente muito acima" de 3,1% ao ano, disse ele, haverá pressões inflacionárias.
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