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Anvisa diz que não aprovará agrotóxicos por pressão

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A principal demanda do setor hoje é por novos princípios ativos contra o fungo da ferrugem asiática. A Anvisa, criticada pela demora, informou que a análise “está sendo extremamente complexa” e que “não irá aprovar de maneira irresponsável nenhum agrotóxico”.

Segundo a agência, estão sendo analisadas duas substâncias para combater a ferrugem da soja. Ambas foram consideradas cancerígenas para pelo menos uma espécie animal, demandando a análise de estudos que comprovem que este efeito não seria prejudicial ao homem. “Para esta análise, não existem protocolos de condução de estudo já aprovados e é necessário uma profunda avaliação que assegure que não estaremos aprovando um produto com esta preocupante característica, que é proibitiva de registro no Brasil”, informou ao Valor a Anvisa.

Desde o ano passado, a falta de novas opções de defensivos no mercado tem respingado na agência. A Anvisa se defendeu das críticas de demora na análise dos ingredientes e disse que a demora acontece não só no Brasil, mas “também nos Estados Unidos e na União Europeia, ainda mais com substâncias cuja avaliação demonstra problemas graves e que necessitam de comprovação da não relevância do efeito ao ser humano”.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Glauber Silveira, disse que o problema da ferrugem é sério, já que gera perdas de produtividade e eleva os custos com a aplicação de defensivos que estão perdendo a eficácia. “Mesmo que a Anvisa libere os produtos nos próximos dias, as empresas ainda irão demorar a começar a fabricar os produtos. O prejuízo está sendo grande e precisamos de resultados práticos rapidamente”, disse.

Além de explicar os motivos, a Anvisa reiterou que não se deixará levar por pressões. “Os técnicos que estão analisando estes pleitos estão trabalhando exclusivamente nesta atividade, mas não serão pressionados a tomar decisões precoces”, disse a agência, em nota.

Silveira também criticou a importação de soja de países vizinhos que usam defensivos proibidos no B rasil. “Esse é um ato irresponsável, porque o Brasil acaba em desvantagem quando comparado a países como o Uruguai, o Paraguai e a Argentina que tem esse tipo de produtos liberados”, disse.

A agência se defendeu da soja importada e disse que as importações de produtos vindos do exterior “supostamente contaminados com agrotóxico não autorizado no Brasil, deve ser formalizada uma denúncia junto ao Ministério da Agricultura”. Segundo a Anvisa, o ministério é o órgão federal responsável por esse tipo de fiscalização.
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