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Notícias / Agricultura

Monsanto e Faep negociam royalty da Intacta

Gazeta do Povo

Uma reunião nesta quarta-feira (19/06) à tarde abre as negociações, no Paraná, a respeito da cobrança de royalty sobre o uso da soja Intacta RR2 PRO, que acaba de ser aprovada pela China. Segundo a Federação da Agricultura do Paraná (Faep), representantes da Monsanto comparecem à entidade para retomada de diálogo.

As negociações partem de previsão de R$ 115 por hectare — preço divulgado em fevereiro, antes da aprovação da importação pelo governo chinês. O setor produtivo tenta baixar esse valor, apontando que a soja RR1 – plantada há sete safras – custava cerca de R$ 20 por hectare.

A Monsanto alega que a vantagem da soja Intacta é bem maior. Na safra 2011/12, os 500 produtores que testaram a nova tecnologia teriam colhido 6,59 sacas a mais, na comparação com a RR1, o que resultou num ganho de R$ 346 por hectare (considerando o preço de R$ 52 por saca).

Na safra 2012/13, segundo a multinacional, 1 mil produtores testaram a tecnologia em todas as regiões do Brasil. Conforme estudo da consultoria MB Agro, a vantagem na última temporada foi de 5,84 sacas por hectare. Ao preço médio de hoje no Paraná (R$ 60,32 por saca de 60 quilos), isso representa R$ 352,27 por hectare.

Em Mato Grosso, a Monsanto teria demonstrado disposição para cobrança de valor inferior aos R$ 115 por hectare. Depois de uma reunião com representantes da multinacional na Federação da Agricultura do estado, a Famato, presidentes de sindicatos rurais contaram que a proposta agora são R$ 96,50 por hectare.

A Monsanto não confirma o novo valor nem se a cobrança será por hectare. Em nota repassada ao Agronegócio Gazeta do Povo (AgroGP) nesta manhã, informa apenas estar em negociação. “A Monsanto está trabalhando para disponibilizar essa tecnologia aos produtores brasileiros ainda nesta safra. Em breve, a Monsanto informará a política comercial de Intacta”, diz o texto. Detalhes sobre as negociações só devem ser informados pela empresa “à medida que este diálogo avançar”.

As relações entre a Faep e a Monsanto ficaram estremecidas com a polêmica da soja RR1. O acordo que previa suspensão da cobrança de royalty sobre esta tecnologia – cuja validade da patente é contestada na Justiça – primeiro foi defendido e depois reprovado pela Faep. A federação alegou que a multinacional incluiu no termo que os produtores deveriam assinar questões que não tinham sido negociadas, envolvendo a soja Intacta. A cobrança de royalty da RR1 está suspensa enquanto a Monsanto tenta reverter a situação na Justiça e estender a validade da patente até 2014.
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