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Notícias / Política

Indústria agropecuária brasileira pede avanços em acordo bilateral com UE

Agência EFE/G1

'A negociação bilateral seria uma solução', destacou ela em relação à falta de avanços entre o bloco europeu e o Mercosul desde que começaram as negociações em 2000, e acrescentou que serão utilizadas 'todas as ferramentas legais para que isso ocorra'.

A senadora afirmou que o setor agrícola está 'ansioso' por conseguir um acordo que seja 'bom para as duas partes, seja Brasil ou Mercosul'.

Por outro lado, Abreu reconheceu que 'hoje o Mercosul é um obstáculo', e que seria necessário mudar algumas de suas práticas para conseguir o acordo suficientemente amplo conforme pede a indústria agrária.

Como exemplo, citou o acordo de livre-comércio entre UE e Estados Unidos, que está em princípio de negociações, uma 'tentativa inteligente' da qual o Brasil não quer ser 'deixado para trás'.

Na sua opinião, um dos 'grandes obstáculos' que afetam o Mercosul é uma questão política originada na Argentina, um país 'extremamente protecionista', afirmou.

'Como vamos abrir o mercado se um país quer mantê-lo fechado e taxar as importações', disse Katia Abreu, que pediu 'pragmatismo' e 'que não impeçam o trabalho dos outros'.

Em segundo lugar, ela considerou que alguns setores industriais resistiam ao acordo frente à competitividade dos europeus, embora agora acredite que 'as coisas estão melhorando' e que não há razão para manter uma rejeição.

'Há produtos brasileiros mais competitivos. Os consumidores pedem confiabilidade, mas também produtos mais baratos', disse, e descartou que as subvenções à agricultura europeia sejam o principal problema na negociação.

A senadora lembrou que o setor agropecuário é o que mais cresce no Brasil: 9,7% no primeiro trimestre contra 0,6% do conjunto da economia brasileira, 'graças a muita inovação tecnológica para superar as limitações', a falta de estradas ou ferrovias, e assegurou que querem deixar para trás a visão romântica da agricultura e os métodos primitivos.

Katia Abreu também destacou as conquistas do Brasil ao frear o desmatamento, que, segundo disse, em 2004 chegava a 27 mil quilômetros quadrados e em 2010, já havia caído para menos de 7 mil.

A senadora inaugurou hoje o primeiro escritório da CNA em Bruxelas com os objetivos principais de consolidar e aumentar a fração de mercado dos produtos agrários brasileiros na UE e promover os acordos entre as duas partes nesse setor.

A senadora enfatizou que os consumidores europeus buscam produtos com um preço razoável e de qualidade, confiáveis e seguros, por isso considera importante que haja uma representação do setor brasileiro em Bruxelas, para explicar suas garantias sanitárias, de bem-estar animal e de sustentabilidade.

A CNA, formada por 27 federações estaduais e mais de 2 mil sindicatos, abriu um escritório em Pequim em novembro com a ideia de desenhar uma 'estratégia de comercialização' que, à base de alianças, leve os produtos brasileiros até 'onde estão os compradores', muitos deles no interior do país.

Abreu também participou hoje de uma mesa redonda no Parlamento Europeu sobre as oportunidades de investimento no Brasil, da qual fizeram parte membros de Apex-Brasil, a agência brasileira de promoção de comércio e investimentos.

As exportações agrícolas do Brasil à UE representaram 23% do total na década passada, e entre maio de 2012 e abril de 2013 as vendas alcançaram cerca de 22 bilhões de dólares (aproximadamente 22% das exportações do país), das quais se destacam a venda de soja, produtos florestais, café, carne e suco de laranja, segundo dados da organização.
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