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Sema vota favorável a construção de usina hidrelétrica; ambientalistas e índios já se posicionam contrários

Da Redação - Priscilla Silva

Mais uma hidrelétrica será construída em Mato Grosso. Na última quarta-feira (19), durante reunião ordinária entre o Conselho Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso (Consema), a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) se posicionou favorável a construção da Usina Hidrelétrica (UHE) Paiaguá. 

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A nova usina irá gerar 28 MW, provocará o alagamento de 2,2 mil hectares e afetará 19 km do Rio do Sangue, que é parte na bacia do rio Juruena. O receio é que a medida provoque conflitos na região, uma vez que a construção degradará uma das poucas áreas verdes e diferentes terra indígenas, incluindo a Manoki, com 251 mil hectares, e a Ponte de Pedra, que protege o local do mito de origem de diversos povos do Cerrado mato-grossense.

De acordo com o site Repórter Brasil, os ambientalistas já apontaram que se trata de uma questão delicada devido ao fato de o rio Sangue ser um dos principais formadores do Rio Juruena, afluente do Tapajós.

A reunião ordinária foi marcada por questionamentos e apontamentos de irregularidades feitas pelos conselheiros. Dentre as falhas estão erros técnicos que foram chamados de descuidos graves na elaboração de alguns estudos, entre eles o Estudo de Impacto Ambiental (EIA).

Segundo os conselheiros, os projetos foram feitos em tempo recorde por um único profissional sem especialização. Ainda de acordo com houve trechos do documento foi plagiado. Parte teria sido copiada de uma tese de doutorado que pode ser encontrada na internet.

Um representante do Ministério Público Estadual (MPE) também estava presente e leu ofício assinado pelo procurador de Justiça, Luiz Alberto Esteves Scaloppe. Consta do documento que as pesquisas tiveram como base apenas uma ida a campo em junho para analisar o meio biótico durante a estação da seca e outra em outubro para as observações durante o período de chuvas.

A pressa na elaboração do projeto foi criticada pelo MPE que apresentou uma análise que demonstra que o empreendedor, Global Energia Eletrica AS, ‘teve como base em dados secundários e cometeu erros primários quanto à metodologia de pesquisa e identificação de espécies e outros pontos’.
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