Imprimir

Notícias / Agricultura

Chuvas param produção de açúcar em áreas do CS por mais de 10 dias

Reuters

 O clima úmido, que atrasou a colheita e vai afetar a produção de açúcar e de etanol, deu suporte aos preços internacionais do açúcar, disseram operadores.

O açúcar da bolsa de Nova York operou acima de 17 centavos de dólar por libra-peso nesta segunda-feira pela segunda vez em mais de um mês.

Os números de processamento de cana mais fracos esperados para este mês por causa das chuvas levaram alguns produtores a comprar de volta açúcar para entrega em julho, uma vez que antecipam suprimentos apertados e rolagens de posições para o contrato outubro.

Os preços internos do etanol têm registrado alta nas últimas semanas. Enquanto a chuva diminuiu a produção, grandes comerciantes e produtores de etanol também têm comprado o biocombustível no centro-sul para enviá-lo aos mercados do Norte e Nordeste, onde a seca afetou a produção e deixou o mercado local com oferta reduzida.

A Somar disse que as chuvas foram mais intensas na semana passada nos Estados de Mato Grosso do Sul e Paraná. Meteorologistas acrescentaram que o São Paulo, principal Estado produtor de cana do Brasil, que responde por 60 por cento da produção nacional de açúcar, também parou o esmagamento por causa das chuvas, embora tenha sido menos afetado.

"Devido a essas chuvas, os volumes totais de área colhida ao longo de todo este mês de junho deverão sofrer um bom declínio quando comparado ao ritmo que vinha sendo registrado até o final de maio", afirmou o agrometeorologista da Somar, Marco Antônio dos Santos.

A colheita em São Paulo só não está mais atrasada devido ao rápido avanço nos primeiros 60 dias da safra, acrescentou.

A Somar afirmou ainda que as chuvas também não colaboram com a concentração de açúcares na planta. "Dessa forma, o crescimento nos índices de produtividade de ATR (Açúcar Total Recuperável) que vinha sendo registrado quinzena após quinzena deverá sofrer uma estagnação nesse mês de junho, sendo que no Paraná e no Mato Grosso do Sul esse valor poderá até sofrer um ligeiro decréscimo."

Uma frente fria que provoca chuvas em todo o cinturão produtor de cana nesta segunda-feira vai trazer ainda mais precipitações e afetar a produção de forma mais ampla em toda a região, segundo a Somar.

As chuvas também vão afetar o carregamento dos navios que levam açúcar brasileiro para os compradores internacionais.

A Somar previu 130 milímetros de chuva em Mato Grosso do Sul e Paraná e 40 milímetros em São Paulo. Embora a umidade ajude a cana recém-plantada, afetará o fornecimento imediato de açúcar e etanol para o mercado.

Os preços de açúcar e do etanol no mercado interno fecharam em alta na última semana.

MILHO

As frequentes chuvas sobre as áreas produtoras de milho do Paraná e Mato Grosso do Sul também estão prejudicando as lavouras, acrescentou a Somar.

A umidade elevada impede a realização da colheita, "consequentemente depreciando a qualidade dos grãos".

"Com isso, em algumas localidades desses Estados já há sinais de perdas nos índices de produtividade", afirmou.

Além disso, com o aumento da umidade sobre as plantas, muitas lavouras estão apresentando altos índices de doenças.

Já no Mato Grosso e em Goiás, onde o tempo está mais firme, os trabalhos de colheita de milho seguem em ritmo bastante acelerado, com 8 e 4 por cento da área colhida, respectivamente.
Imprimir