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Notícias / Agronegócio

Fórum acusa agronegócio de ser responsável pela falta de terra e de acesso a políticas públicas

Da Redação - Rodrigo Maciel Meloni

O campus de Sinop da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) sediou nos dois últimos dias (24 e 25), uma série de debates  - organizado pelo Fórum Mato-Grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad) -, sobre a monocultura da soja na região do médio norte mato-grossense.

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Seminário regional intitulado “Fortalecimento da agricultura familiar e movimentos sociais regionais”, se propos a divulgar os resultados do projeto de avaliação dos impactos socioambientais da produção de agrocombustíveis em Mato Grosso (cana-de-açúcar e soja), resultado de pesquisa realizada com organizações da agricultura familiar.

Na oportunidade, o coordenador de Biocombustíveis da Secretaria da Agricultura Familiar, André Machado, representou o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Contudo, o que chamou atenção de diversos participantes é o discurso radical usado pelo ambientalistas no que diz respeito ao uso dos agrotóxicos. O Fórum – que trabalha a quase dois anos em projeto que visa verificar conflitos socioambientais causados pela monocultura da soja, apontou o agronegócio como responsável direto pela falta de terra, pela falta de acesso as políticas públicas e pela falta de assistência agroecológica para a agricultura familiar.

Para o diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Nery Ribas, a avaliação feita pelo fórum não tem relação direta com a realidade, tendo em vista que a prática de plantio direto e o uso responsável de defensivos no controle de pragas gera produção sustentável.

“Animais silvestres como veados, tatus e outros roedores e diversas espécies de aves tem retornado para as matas localizadas próximas as plantações, justamente por causa do manejo integrado aplicado nas lavouras”, explica Ribas.

O diretor técnico apresenta outros dados que contestam o posicionamento dos integrantes do Fórum. “98% das embalagens de defensivos em MT retornam para seus destino, defensivos estes que são obtidos com receituário agronômico, e soma-se a isso o trabalho empregado por entidades de pesquisa com ao Empaer, que estão sempre em busca de tecnologias que acabem por tornar os defensivos cada vez mais integrados ao meio ambiente”.

Dando continuidade a defesa ideológica, o Fórum observa que Mato Grosso, conhecido como “celeiro do mundo”, precisa importar mais de 90% dos hortifrutigranjeiros de outros municípios, e especificou São Paulo, Curitiba e Paraná como os principais exportadores, colocando novamente a cultura de soja como o principal entrave para o surgimento e/ou crescimento de outras lavouras.
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