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Notícias / Política

Setor do café café com pires na mão

FAEMG - FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

 Segundo o presidente do Conselho Nacional do Café e diretor da Comissão Técnica do Café da FAEMG, Breno Mesquita, o setor está em “profunda crise” e dependendo de ações do governo.

Segundo ele, um sinal importante de que o governo deve agir é que o preço da saca de 60 quilos do café (R$ 260) está bem abaixo do preço mínimo estipulado pelo CMN (R$ 307). O preço mínimo é a referência utilizada nas ações do governo, como programas de financiamento e de estocagem.

O valor mínimo pleiteado pelo setor é de R$ 340 – valor que foi inclusive sinalizado pelo Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). “Até hoje estamos sem entender o critério utilizado para esse preço, que é insuficiente para remunerar o produtor, que nos últimos anos aumentou sua produtividade e a qualidade do seu produto”, diz Mesquita.

Além disso, na última semana, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, deu a entender que o governo federal deveria retirar do mercado 10 milhões de sacas de café, o que elevaria a cotação internacional do grão, mas uma fonte ligada ao setor disse que não acredita nessa medida.

A expectativa é que o governo crie mecanismos de subvenção e incentivo, que afetariam cerca de 10 milhões de sacas, que equivalem a 20% da produção brasileira. “Se o governo retirasse do mercado 10 milhões de sacas seria excelente tanto para o governo, que aumentaria seu superávit com o preço maior para a exportação, e para os produtores, que seriam melhor remunerados”, avalia Mesquita.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), os preços dos produtos para os consumidores devem passar por “um certo realinhamento durante 2013”, uma vez que a maioria das empresas ainda não conseguiu repassar parcela dos custos da alta da matéria-prima de 2011, quando a commodity alcançou cotações máximas em décadas na Bolsa de Nova York.

Fundo terá capital para modernizar a lavoura

O Fecafé (Fundo Estadual do Café), criado no ano passado pelo governo de Minas Gerais, recebe até esta terça-feira, dia 2, propostas de projetos de produtores e entidades ligadas ao setor para o melhoramento do produto, estudos estratégicos e um mapeamento detalhado da produção no estado. O fundo tem um orçamento de R$ 40 milhões para este ano e mais R$ 60 milhões para 2014.

Os recursos não serão usados como capital de giro, mas para a modernização das lavouras. Os beneficiados poderão adquirir equipamentos ou fazer aportes tecnológicos, mas não poderão usar os recursos para aumentar a área plantada, por exemplo.

“O Fecafé foi criado para estimular o cafeicultor a fazer melhorias no processo produtivo, agregando valor, produtividade e qualidade ao produto”, define o assessor especial de Café da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Niwton Castro Moraes.

O fundo mineiro, neste sentido, é diferente do Funcafé, um fundo do governo federal que financia o custeio, armazenamento e comercialização de café.

Os cafeicultores beneficiados pelo Fecafé terão até 84 meses para quitar a dívida, com juros de 4% ao ano e carência de até 36 meses. No caso dos agricultores familiares, os juros serão de 3,2% ao ano.
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