Imprimir

Notícias / Economia

INTERNACIONAL: Grampo dos EUA ameaça acordo comercial com UE

ASSESSORIA DE IMPRENSA DA OCEPAR/SESCOOP-PR

 O presidente da França, François Hollande, exigiu nesta segunda-feira (01/07) que os Estados Unidos parem "imediatamente" de espionar diplomatas da União Europeia (UE) e sinalizou que o incidente pode interromper as negociações de um tratado de livre comércio. A Alemanha também se manifestou, exigindo transparência dos EUA no caso.

Indignação - A indignação dos europeus foi deflagrada por uma reportagem da revista alemã "Der Spiegel" que afirma que a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) colocou escutas nos escritórios diplomáticos em Washington, Nova York e Bruxelas de países europeus aliados. O texto se baseia em parte em informações de Edward Snowden, o ex-funcionário terceirizado da NSA que delatou que o governo americano monitora telefones e conexões à internet nos EUA.

Negação - Nem o presidente americano, Barack Obama, e nem o secretário de Estado, John Kerry, negaram nesta segunda as acusações de espionagem. Em viagem n África, Obama disse que os EUA fornecerão as informações pedidas pelos aliados, mas adotou a linha "todos fazem". "Garanto a vocês que nas capitais europeias há pessoas que estão interessadas, se não no que eu comi no café da manhã, pelo menos em quais temas eu poderia tratar se fosse me encontrar com seus líderes", disse o presidente na Tanzânia. "É assim que os serviços de inteligência operam."

Comportamento - Em declaração pela TV, Hollande disse que "não pode aceitar esse tipo de comportamento de parceiros e aliados". "Exigimos uma confirmação ou negativa (...). Sabemos bem que é preciso haver sistemas de monitoração, especialmente na luta contra o terrorismo, mas não creio que esse risco exista nas nossas embaixadas ou na União Europeia", disse o presidente. Ele acrescentou que não pode haver "negociações ou transações em qualquer área sem essas garantias".

Inaceitável - "Grampear amigos é inaceitável. Não estamos mais na Guerra Fria", disse Steffen Seibert, porta-voz de Merkel. O embaixador dos EUA na Alemanha, Philip Murphy, foi convocado para reunião com o governo alemão. Seibert acrescentou que a Alemanha está conversando com outras nações europeias sobre o assunto e que Merkel telefonaria a Obama para discutir a questão a fim de "restaurar a confiança" entre os dois aliados.

Itália - A Itália também manifestou descontentamento em relação aos EUA. A ministra das Relações Exteriores Emma Bonino, disse que pediu "os necessários esclarecimentos sobre essa questão espinhosa".

Esclarecimento - Em Bruxelas, a Comissão Europeia, o braço executivo da UE, disse que os EUA têm que fazer um rápido esclarecimento. "A notícia é perturbadora, se for verdade", disse uma porta-voz. "Clareza e transparência é o que esperamos de nossos parceiros e aliados. É o que esperamos dos EUA." O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, determinou que fosse feita uma varredura de segurança em todas as instalações da UE.

Aliados - No domingo (30/06), o jornal inglês "The Guardian" afirmou que os EUA também espionaram aliados não europeus, incluindo Japão, Coreia do Sul e Índia. Japoneses e sul-coreanos disseram ter pedido esclarecimentos a Washington.
Imprimir