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Dólar segura deflação das commodities e índice do BC sobe 5,3% em junho

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 O Índice de Commodities Brasil (IC-Br) subiu 5,34% em junho após avanço de 0,55% maio, de acordo com o Banco Central (BC). Esta foi a maior alta mensal desde julho do ano passado. O indicador é construído partindo dos preços das commodities agrícolas, metálicas e energéticas convertidos para reais.

Essa forte alta do Índice de Commodities Brasil (IC-Br) no mês de junho pode ser atribuída à valorização do dólar nos últimos dois meses, segundo avaliação do estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno.

No segundo trimestre o IC-Br acumulou variação positiva de 3,88%, mas encerra a primeira metade do ano com baixa de 2,43%. Em igual período do ano passado, o índice tinha subido 0,63% no trimestre e 0,83% no semestre. Já no acumulado em 12 meses até junho, a variação do indicador aponta alta de 6,93%.

No mercado internacional, o preço das principais commodities mostrou queda no mês passado. Tal movimento foi captado pelo índice CRB, principal referência internacional para o preço das matérias-primas, que caiu 2,2% em junho. Pelas contas do BC, o CRB convertido para reais teve alta de 6,66% no mês passado.

Essa queda dos preços em dólares não chega ao mercado local justamente em função da taxa de câmbio. Rostagno lembra que a moeda americana subiu 4,15% em junho ante o real, vindo de uma alta de 7,10% no mês de maio.

O economista Robson Pereira, do Bradesco, também aponta para o comportamento do dólar para explicar essa variação do IC-Br. Descontada a variação do câmbio, diz o especialista, o indicador registraria uma queda de 1,2% em junho, completando o quinto mês consecutivo de baixa. De acordo com o economista, como esse é um indicador construído e acompanhado pelo BC, ele indica que, na visão da autoridade monetária, as commodities em reais não estão dando alívio.

O que é indiscutível, segundo Pereira, é que essa contribuição desinflacionária das commodities não está chegando ao mercado local em função do comportamento do dólar.

Olhando para os próximos meses, o consenso é de matérias-primas mostrando estabilidade ou comportamento deflacionário no mercado internacional.
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