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Notícias / Agronegócio

Preço do leite subiu 20% e não dá trégua

O GLOBO

 A previsão é de que o varejo acompanhe a evolução dos preços ao produtor, que devem atingir sua máxima em julho. Em agosto, o preço deve ficar estável e, depois, começa a recuar.

No varejo, o leite e seus derivados, assim como o feijão, estão entre os maiores vilões da inflação, apesar da perda de fôlego dos preços de alimentos de uma forma geral.

O leite em pó também subiu 18,71%; o iogurte, 11,44% e o queijo (uma média de diversos tipos), 10,65%. No atacado, o preço médio do leite UHT subiu 27,7% em junho deste ano frente ao mesmo mês do ano passado, segundo o zootecnista, consultor e analista de mercado da Scot Consultoria Rafael Ribeiro. O preço médio do leite em pó avançou 40,9% no período.

Os preços do leite e dos derivados tradicionalmente sobem em época de entressafra e, neste ano, estão sofrendo ainda a influência de uma demanda aquecida com o aumento da renda dos brasileiros. No exterior, o que pesa é o aumento de compras pela China e a a escassez do produto como resultado da seca na Nova Zelândia.

- O laticínio (atacado) vai pagar mais e provavelmente vai repassar para o varejo - prevê Ribeiro.

Ele estima que em 2013 o preço médio do leite pago ao produtor fique cerca de 15% mais alto que no ano passado. Ele lembra que o setor registra margens mais apertadas há dois anos. Este ano, os produtores contam com preços mais baixos de farelo e milho, usados para Ração. Por outro lado, conseguem preços bem mais altos para a venda.

Segundo Maria Helena Fagundes, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os preços internacionais na Nova Zelândia recuaram um pouco nos últimos meses, mas ainda estão relativamente altos devido à seca e à alta dos custos de produção. No leilão realizado em 2 de julho pela cooperativa neozelandesa Fonterra, o maior grupo de laticínios do mundo, a tonelada de leite em pó foi comercializada a US$ 4.757. Na medição da primeira quinzena de julho de 2012, a tonelada era vendida a US$ 2.760.

Feijão também preocupa

O presidente da Bolsa de Gêneros Alimentícios, José de Souza, vê com preocupação também a alta dos preços do feijão preto. Ele prevê que o preço no atacado ainda suba nos próximos 15 dias. A Lavoura do feijão sofre com quebra da safra neste ano. No fim de junho, o governo zerou a alíquota de importação do feijão até novembro deste ano para tentar aliviar os preços. Nos últimos 12 meses, segundo o IPCA, ele está 23,60% mais caro para o consumidor.

- O feijão preto no atacado tem um custo médio de R$ 3 a R$ 3,50 no atacado. Com essa falta de produto no mercado interno, a tendência é que chegue a R$ 5 a curto prazo. É o produto mais sensível neste momento. Em termos de preço, o feijão preto preocupa mais que o leite - afirma.
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