Imprimir

Notícias / Agronegócio

Agroindústria cresce, mas desempenho ainda é modesto, diz pesquisa da CNA

De Sinop - Alexandre Alves

 O segmento industrial do conjunto do agronegócio registrou, desde o início do ano, o desempenho mais expressivo no mês de abril - aumento de 0,97% -, segundo levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), divulgado na quinta-feira (18).

Com isso, a taxa acumulada nos no período de janeiro a abril foi de 1,64%, frente a 0,67% observada até março. Apesar da melhora registrada em abril, em termos acumulados, a agroindústria é o segmento com menor crescimento em 2013. Para a indústria agrícola, o avanço no mês foi de 1,03%, elevando para 1,75% o crescimento acumulado no quadrimestre. Para a indústria pecuária, o desempenho mensal foi de 0,55%, com aumento de 0,91% de janeiro a abril.

Na indústria agrícola, a performance positiva esteve condicionada ao crescimento das indústrias de madeira e mobiliário, papel e celulose, elementos químicos (etanol) e beneficiamento de produtos vegetais: todas com crescimento tanto no mês quanto no quadrimestre.

PIB do agronegócio cresce 2,99% no primeiro quadrimestre de 2013

Na indústria do etanol, a expectativa de forte aumento anual na produção (29%) explica o resultado da atividade no período, uma vez que, em preços, o cenário ainda é de queda - frente ao nível do mesmo período de 2012. Segundo agentes do setor, os preços em aceleração e o superávit no mercado mundial de açúcar tornaram mais atrativa a produção do etanol, daí o avanço no faturamento da atividade.

Mesmo decrescendo no mês, a indústria de óleos vegetais acumulou expansão de 0,22% no quadrimestre. Nesta atividade, o maior patamar de preços se sobrepôs à baixa no volume, impedindo que houvesse queda no faturamento.

Escala de abate nos frigoríficos de Mato Grosso cai pela metade

As demais indústrias recuaram tanto no mês quanto no ano. Com preços e volumes em queda, as indústrias têxtil e de vestuário decresceram no quadrimestre 1,78% e 4,08%, respectivamente. As indústrias do café e do açúcar também recuaram 0,19% e 8,03%, sendo que, nestas, a diminuição apenas em preços explica o desempenho negativo no período. No mercado do açúcar, permanece a perspectiva de elevado excesso global do produto e queda significativa em preços.

Em março, a indústria de base pecuária manteve ritmo de expansão, avançando 0,55%. Com isso, no acumulado do ano, o crescimento foi para 0,31%. Dentre as atividades de processamento animal, a indústria de lacticínios se manteve na dianteira, sendo a única a registrar crescimento tanto no mês (1,35%) quanto no quadrimestre (4,01%).

Na comparação entre os períodos, o preço médio real da indústria de laticínios cresceu 5,71%; em volume, a expansão foi ainda mais expressiva, de 6,44%, daí o desempenho positivo da atividade neste início do ano. Segundo atacadistas consultados, o consumo dos derivados seguiu firme mesmo com os preços subindo. Entretanto, alegam que não há mais espaço para grandes aumentos, visto que isso limitaria a demanda do consumidor final.

Após recuarem durante os três primeiros meses do ano, as indústrias de calçados e abate de animais voltaram a crescer 0,20% e 0,22%, respectivamente. Em ambas, a melhora nos volumes processados e a aceleração de preços explicam o desempenho em abril. Ainda assim, a indústria de calçados segue com preços e volume inferiores a 3,34% e a 1,10%, respectivamente, no comparativo entre os quadrimestres.

Já a indústria de abate mantém retração de 1,09% em termos de volume, contra preços 0,49% acima do patamar do mesmo período de 2012.

O segmento de distribuição (comércio e transporte) do agronegócio nacional apresentou crescimento de 0,77% em abril, acumulando no ano expansão de 2,99%. Para o segmento de distribuição do setor agrícola, o avanço em abril foi de 0,78%, o que elevou para 2,61% a taxa acumulada no ano.

Refletindo o ritmo mais aquecido nos segmentos a montante, a distribuição do setor pecuário cresceu 0,75% no mês e 3,92% no acumulado do período, diz a pesquisa feita pela CNA e Cepea.
Imprimir