Mas a análise do comportamento do setor nos últimos 18 meses mostra que não é bem assim: o preço alcançado externamente está muito “colado” aos preços praticados internamente. Ou pelo menos esteve. Até o começo deste ano.

Comparando-se os valores em dólar obtidos interna e externamente é possível constatar que, entre janeiro de 2012 e o primeiro trimestre de 2013 o preço obtido na exportação foi um reflexo do preço praticado internamente. Na média, registrou um valor adicional de 18%, com variações máximas de 6 e 9 pontos percentuais acima e abaixo da média.

Já no segundo trimestre de 2013 observa-se um descolamento do preço alcançado internamente. Assim, enquanto os preços internos refluem significativamente e encerram o semestre com valores similares de um ano antes, os preços externos se mantêm em relativa estabilidade e, saindo da média anterior de 18%, passam a obter um adicional de 25%, 42% e 59%, respectivamente, nos meses de abril, maio e junho. Está em prática, sem dúvida, uma nova tática dos exportadores: vender menos, mas vender melhor.

Já seria o suficiente para os exportadores. Mas, concomitantemente a essa prática, ocorreu simultânea valorização do dólar. E o melhor efeito dessa combinação pode ser observado no gráfico inferior, no qual preços internos e externos são avaliados na moeda brasileira. Ou seja: enquanto o preço interno encerrou o semestre ainda em queda, pelo quarto mês consecutivo, o preço externo manteve-se em alta por, também, quatro meses consecutivos.