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Notícias / Agronegócio

Programa de Aquisição de Alimentos faz cooperativa do Ceará dobrar o número de sócios

MDA


Cercada de cajueiros, a Cooperativa Agroindustrial do Assentamento Che Guevara (Copac), situada no município de Ocara, a 101 quilômetros de Fortaleza, dedica-se a uma atividade específica. Os agricultores familiares que lá trabalham, em sua maioria, mulheres e jovens, cortam e raspam o excesso de casca da amêndoa.

Da Copac, a castanha é levada para outro estabelecimento, a Central de Cooperativas Copacaju, que também recebe a produção de diversas cooperativas cearenses. Na Copacaju, o produto é frito e, em seguida, embalado para a comercialização.

É dessa maneira que os trabalhadores rurais que moram em Ocara e no município vizinho de Pacajus ganham a vida, cuja qualidade melhorou significativamente. E isso ocorreu depois que o Governo Federal, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), passou a garantir preço e mercado para o produto.

Para se ter uma ideia, de acordo com recente estudo realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), somente entre os assentados da reforma agrária do país, o número de trabalhadores que acessaram o PAA passou de 7,7 mil, em 2009, para 30,6 mil, em 2012.

Na Copac, segundo o diretor comercial do empreendimento, Raimundo Pereira da Silva, o PAA também gerou grandes transformações. “De 2011 para 2013, o número de sócios pulou de 28 para 60, um crescimento de mais de 114 por cento. E a maior parte dessas cooperativas é de famílias que vivem exclusivamente disso. O PAA, sem dúvida, melhorou bastante a vida da gente que vive no campo”, elogia.

Raimundo Pereira destaca que o programa executado pelo Governo Federal ajudou não apenas no crescimento do número de cooperativas. “Um detalhe importante é que os agricultores familiares passaram a viver de um produto típico da região e a um preço mínimo que permite uma comercialização justa e a sobrevivência de todos”, explica.

Ainda de acordo com a Conab, também foi registrada no período de quatro anos abrangido pela pesquisa, uma expansão ainda maior que 300% nos valores liberados. De 2009, quando foram destinados R$ 29,7 milhões, para 2012, quando os recursos atingiram cerca de R$ 135,2 milhões, o crescimento chegou a 335%.

Raimundo Pereira prevê os resultados do PAA entre os assentados, agricultores familiares, quilombolas e demais povos tradicionais atendidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) possam ser ainda maiores, à medida que o programa se torne ainda mais conhecido e que o trabalho de assistência técnica e extensão rural (Ater) seja intensificado e aperfeiçoado.

“O que pode ocorrer já partir da criação da nova agência, a Anater, anunciada pelo MDA”, acrescenta, otimista, o dirigente da Copac.

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