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Notícias / Economia

Produtores brasileiros de banana temem importação da fruta do Equador

Canal Rural

O cultivo de banana movimenta mais de R$ 10 bilhões com a produção de 7,5 milhões de toneladas por ano. Em quantidade, o país fica atrás somente da Índia e da China. A possibilidade de importação da banana do Equador preocupa os bananicultores brasileiros. A queda dos preços com a chegada do produto importado pode causar desemprego no setor. O risco de contaminação também preocupa.

O Equador quer vender banana para o Brasil, apesar produção nacional ser suficiente para abastecer o mercado interno. As negociações entre os dois países acontecem desde 2005. É o que explica o consultor jurídico da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar) Sileno Fogaça.

– Em uma reunião, que ocorreu em abril deste ano, com o atual Ministro da Agricultura, nós ficamos muito surpresos com o posicionamento dele quando disse que o assunto se arrasta há anos e que por pressão do governo federal eles teriam que abrir o mercado para as importações de banana do Equador – disse.

O Vale do Ribeira, em São Paulo, é a principal região produtora do país. O bananicultor José de Paula Teixeira produz banana nanica em uma área de 24 hectares. Ele acredita que a importação da fruta vai fazer os preços caírem e reduzir o número de empregos do setor.

– Hoje, nós empregamos, em cada hectare de bananal, em média uma pessoa. Porém, no momento em que entrar uma banana do Equador nós não vamos ter condições de continuar com estes funcionários e o desemprego seria muito grande aqui no Vale do Ribeira, seria o caos – diz o produtor.

A Confederação Nacional dos Bananicultores já estuda entrar com ação na justiça para impedir a importação. Um dos argumentos é a proteção fitossanitária do país. Segundo a confederação, a praga sigatoka nefra é combatida com o uso controlado de fungicidas, mas com a importação de bananas do Equador, podem vir junto variantes do fungo mais resistentes aos fungicidas. Por consequência, o produtor brasileiro teria que aplicar maior quantidade de defensivos, o que aumentaria os custos de produção e também a possibilidade de contaminação dos frutos e de todo o ambiente.

– Existem doenças causadas por fungos, por bactérias, vírus e alguns insetos pragas que podem ser veiculados ao fruto. E uma vez chegando aqui a coisa fica difícil para erradicar, então, é melhor prevenir do que remediar – garante o pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Wilson da Silva Moraes.
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