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CEO da Uralkali afirma que separação era inevitável, diz jornal

Agência Estadão

O executivo-chefe da Uralkali, Vladislav Baumgertner, disse nesta quarta-feira ao Wall Street Journal que a saída da companhia de uma parceria de vendas com a Bielo-Rússia era inevitável e que havia necessidade de uma nova estratégia para a indústria. A saída da Uralkali do acordo de vendas com a Belarus Potash (BPC) desencadeou uma fuga maciça de ações de empresas de mineração de potássio e desmontou o cartel global de preços.

'Era previsível que o colapso do BPC e o aumento da concorrência provocariam a reavaliação de ativos de potássio ao redor do globo. Mas a nossa separação do BPC era inevitável', destacou o CEO.

Segundo ele, o relacionamento de oito anos da empresa com o BPC, que comercializava potássio para a Uralkali e a estatal Belaruskali, começou a azedar no ano passado, depois que o presidente da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, emitiu um decreto liberando a Belaruskali de vender exclusivamente por meio da parceria. 'Isso criou uma concorrência interna e enfraqueceu nossa posição no mercado. Em última análise, tornou impossível levar a cabo uma estratégia de preço sobre volume. É por isso que tivemos que formular uma tática que melhor se adaptasse ao novo ambiente de negócios - que é a estratégia de produção máxima', disse Baumgertner.

O fim da parceria deixa a Canpotex, da América do Norte, como único grupo mundial de negociação de potássio. Durante anos, BPC e Canpotex haviam estabelecido preços idênticos em grandes mercados como Índia e China, em uma onda de lucratividade que viu os preços aumentarem para perto de US$ 900 por tonelada há apenas quatro anos. Desde então, os preços recuaram para cerca de US$ 400 por tonelada.

O executivo afirmou acreditar que a Uralkali estava bem posicionada para navegar pelo novo ambiente de negócios, que pode levar a alguma consolidação dos produtores de alto custo. 'Acreditamos que Uralkali está mais favoravelmente posicionada, sendo o produtor de menor custo e tendo a oportunidade de expandir capacidades a custo mínimo', ressaltou.

Analistas apontaram que a Uralkali desembolsa cerca de US$ 100 para cada tonelada de potássio que produz, enquanto a alemã K + S deve gastar mais de US$ 250 por tonelada. 'Se o preço cair, os produtores marginais se tornarão não lucrativos e podem até mesmo encerrar a produção. Projetos novos também podem ser adiados. Finalmente, se isso for insuficiente para o mercado, não podemos descartar alguma consolidação na indústria', projetou Baumgertner.

O executivo disse ainda que a possibilidade de preços mais baixos seria benéfica para os consumidores e ajudaria a impulsionar o desempenho da Uralkali em países em desenvolvimento. 'Vemos um enorme potencial para o crescimento do consumo de potássio na Índia, China, Sudeste Asiático', afirmou, observando que esses mercados são sensíveis a preço. Baumgertner disse ainda esperar que o crescimento das vendas nesses mercados impulsione o consumo mundial de potássio para 59 milhões a 60 milhões de toneladas neste ano. Em 2012, o consumo global foi de 53 milhões de toneladas. Fonte: Dow Jones Newswires.
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