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Notícias / Economia

Setor produtivo reclama da falta de ação para apoiar crescimento

Agência Estado

Participantes do 12º Congresso Brasileiro de Agronegócios criticaram nesta segunda-feira o governo por não dar condições ao setor de crescer como poderia. O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Carlos Fávaro, disse que a política de reservas indígenas e a obstrução de obras de infraestrutura pelo Tribunal de Contas da União (TCU) agravam os gargalos logísticos para escoamento da produção agrícola brasileira. Já o diretor-presidente da Cooperativa Agrária Agroindustrial e diretor da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Jorge Karl, afirma que os desafios enfrentados pelos produtores poderiam ter sido evitados se houvesse planejamento prévio por parte do governo. 'Quando ainda se podia fazer algo em logística, não foi feito. Então não podemos poupá-lo da culpa', diz. Os dois participaram do painel 'As oportunidades e dificuldades para aumentar a oferta'.

Karl observa que a matriz logística concentrada no transporte rodoviário eleva muito o custo do frete no País. 'O produtor brasileiro gasta cinco a seis vezes a mais que o americano', calcula o diretor da Ocepar. Fávaro, da Aprosoja, acrescentou: 'Não existe pedágio maior que a falta de infraestrutura. Isso tira a nossa competitividade e nossas oportunidades.'

Ambos alertam para a urgência de investimentos no setor. 'Qualquer obra nesse segmento é bem vinda', comenta Karl. Segundo ele, o Plano Nacional de Logística Integrada é uma saída interessante, mas levará cerca de 10 anos para que os benefícios sejam desfrutados pelo produtor.

O presidente da Aprosoja reforça que os agricultores mato-grossenses são os que mais sofrem com as dificuldades logísticas por estarem distantes dos principais portos de escoamento, Santos e Paranaguá. 'Temos que exercer a vocação do Centro-Oeste de exportar pelos portos do Arco Norte', diz Favaro.
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