O superintendente de Operações e Mercado Interno, Lúcio Dias, da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), no sul de Minas, considerou 'dentro do esperado' as medidas de apoio aos cafeicultores, anunciadas nesta quarta-feira, 7, pela presidente Dilma Rousseff, em entrevista a rádios de Varginha, também no sul de Minas, principal polo produtor de café do País.

O governo vai lançar contratos de opção de venda para 3 milhões de saca de café, com preços de exercício a R$ 346 a saca e vencimento em março de 2014. Conforme Lúcio Dias, espera-se que o governo divulgue, ainda, recursos adicionais para financiar estocagem do grão, com compras garantidas pelo preço mínimo (R$ 307 a saca). Estima-se que o governo pode liberar recursos da ordem de R$ 1 bilhão do Banco do Brasil, além de mais R$ 1 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O governo já autorizou a liberação de cerca de R$ 3,1 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para financiar atividades da cadeia produtiva.

Dias comentou que o mercado ainda não se deu conta do estado geral crítico de algumas lavouras de café no Brasil, impactadas pela queda dos preços internacionais do grão, pelo ataque de pragas e doenças e pelo clima adverso. 'Muitas lavouras também estão despreparadas para a colheita mecânica', disse. Segundo ele, as cotações internacionais do café devem apresentar reação, assim que o mercado perceber que a safra do ano que vem pode ser frustrante e após o apoio do governo para enxugar a oferta interna.

Os detalhes dos leilões de opção de venda deverão ser definidos por meio de portaria interministerial (Agricultura, Fazenda e Planejamento). A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) deverá, então, anunciar edital dos leilões.