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Notícias / Economia

Diretor da Faemg diz que medidas anunciadas para o café darão fôlego ao setor

AE

O diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Breno Mesquita, disse nesta quarta, dia 6, que as medidas emergenciais anunciadas pela presidente Dilma Rousseff para a cafeicultura deve dar novo fôlego ao setor, que amarga baixos preços no mercado. Além de um programa de contratos de opção de venda para três milhões de sacas de café, a presidente também anunciou nesta quarta, em Varginha, recursos para financiamento de estocagem e custeio da safra.

– Ainda que tenha demorado muito a acontecer, estamos satisfeitos com o conjunto do que foi anunciado. Alguns pontos poderiam ter saído melhores para o setor, como o preço para os contratos de opção, que acabou fixado em R$ 343. Infelizmente, não alcançamos a marca de R$ 360, como havíamos solicitado, mas de uma forma geral, o pacote é um grande avanço e atendeu ao que vínhamos pleiteando como ações emergenciais há alguns meses. Acreditamos que são esses os melhores mecanismos para fomentar o mercado e tirar o setor da situação lamentável em que se encontra. A expectativa agora é que o mercado reaja, trazendo alguma melhoria à cafeicultura brasileira – disse Breno Mesquita.

O superintendente de Operações e Mercado Interno, Lúcio Dias, da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), no sul de Minas, considerou o pacote "dentro do esperado". Conforme Lúcio Dias, o setor espera, ainda, que o governo divulgue recursos adicionais para financiar estocagem do grão, com compras garantidas pelo preço mínimo de R$ 307 a saca.

Dias comentou que o mercado ainda não se deu conta do estado geral crítico de algumas lavouras de café no Brasil, impactadas pela queda dos preços internacionais do grão, pelo ataque de pragas e doenças e pelo clima adverso.

– Muitas lavouras também estão despreparadas para a colheita mecânica – disse.

Segundo Dias, as cotações internacionais do café devem apresentar reação, assim que o mercado perceber que a safra do ano que vem pode ser frustrante e após o apoio do governo para enxugar a oferta interna.

Próximos passos

Com mais de 40% da safra já colhida e preço da saca sendo cotado abaixo do custo de produção, os produtores mineiros têm grande expectativa de que as políticas anunciadas nesta quarta gerem renda para o setor o quanto antes. Responsável por mais da metade da produção brasileira e cerca de 20% de todo o café produzido no mundo, o estado liderou intensa mobilização desde o início do ano, com manifestações populares e grande pressão política por entidades do setor.

Anunciadas as medidas consideradas emergenciais, o setor já começa a se preparar para o passo seguinte. Segundo Breno Mesquita, da Faemg, o alívio de questões consideradas críticas deve abrir espaço para que os produtores possam se reunir e repensar a atividade de forma geral.

– Existem ainda muitos gargalos que precisam ser resolvidos. Precisamos pensar em como resolver demandas como a questão da qualidade dos cafés, das normas para rotulagem, as políticas para a cafeicultura de montanha e tantos outros assuntos de extrema importância à cafeicultura brasileira.


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