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Notícias / Agronegócio

Apenas 30% das empresas familiares passam à segunda geração da família fundadora no Brasil

Especial para o Agro Olhar – Thalita Araújo

A Sucessão Familiar foi um dos temas que nortearam as discussões da Bienal dos Negócios da Agricultura – Brasil Central, realizada em Cuiabá nos últimos dias 8 e 9. De acordo com Cláudio Pinheiro Machado, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), 90% das empresas nacionais são familiares, sendo que apenas 30% passam à segunda geração da família fundadora.

O professor, que palestrou no evento sobre “Governança da empresa familiar – desafios da estrutura societária e gestão do negócio”, também explicou que a sucessão familiar no Brasil, no setor de agronegócios, normalmente envolve o “fatiamento” de uma propriedade. O que era uma grande e produtiva fazenda acaba sendo desintegrada, acabando com o negócio.

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Esse tema tem sido bastante discutido, permeado pelo receio de que esse fatiamento das propriedades rurais do Estado acabe por ocorrer em grande número e, assim, prejudique a principal atividade econômica de Mato Grosso.

O professor Cláudio Pinheiro pontua que, nos casos de manutenção de uma empresa para a geração seguinte, os maiores riscos são os conflitos entre sócios, afinal, eles não se escolheram para uma sociedade, apenas herdaram o posto, são sucessores.

“O conflito entre sócios é um dos maiores fatores do fracasso da longevidade de uma empresa familiar”, ressaltou.
O desequilíbrio entre o crescimento do negócio e o crescimento da família também foi citado como um grande risco.

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Como soluções para os problemas levantados, o professor aponta criação de regras claras e transparentes para todos os envolvidos no negócio; separação entre remuneração de trabalho e remuneração de capital; separação de interesses da família e do negócio e, principalmente, alinhamento da visão estratégica do negócio, dentre outros.

A professora Teresa Roscoe, da Fundação Dom Cabral, que palestrou na Bienal sobre “Sucessão e Gestão de Negócios”, ressaltou os pontos positivos da sucessão familiar, que devem ser estimulados, como a paixão pelo negócio, o vínculo diferenciado com a empresa, a transmissão de valores e o comprometimento.
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