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Notícias / Agricultura

Pavilhão da agricultura familiar reúne visitantes e histórias na Expointer

MDA

Muitas famílias gaúchas aproveitaram este domingo (25) para visitar a Expointer, em Esteio, no Rio Grande do Sul. O casal José Francisco e Leonila Weber, ambos 60 anos, vieram do município de Venâncio Aires, a 100 km da feira, para passear. “Faça chuva ou sol, a gente vem porque sempre tem novidade”, conta Leonila. Ao andar pelo pavilhão da agricultura familiar ela se animou ao encontrar o estande dos produtos Novo Citrus. Apesar de conhecer os sucos e geleias há pouco tempo, ela já recomenda para todas as pessoas que passam pelo local. “Pode comprar, que é excelente”, garante.

Ela não sabe, mas a receita da geleia que ela tanto aprova, veio da mãe de Maria Helena da Rocha, 47 anos. A iguaria, adoçada com açúcar mascavo, era feita para servir aos visitantes como agrado, até que uma amiga sugeriu que fosse feito para vender. A primeira vez que levou o produto para uma feira, eram apenas seis potes. A mesma amiga falou tão bem sobre o produto, que este foi disputado por várias pessoas que passavam pela banca. Aqueles que ficaram sem, já encomendaram os seus, e os que compraram voltaram mais tarde para levar mais. Desde então, Maria não parou de fazer geleia.

No ano seguinte, uma geada destruiu boa parte da produção de bergamotas – principal cultivo do sítio que ela e o marido Willian Rada da Rocha, 46, mantêm. Para não desperdiçar as frutas, que não serviriam para ser vendidas in natura, transformaram tudo em suco. A saída foi tão boa, que o casal decidiu investir na construção de uma agroindústria. Quinze anos depois, a Novo Citros produz cerca de 200 mil litros de suco e 20 mil quilos de geleia por ano.

O início da Novo Citrus coincidiu com o primeiro ano da Feira da Agricultura Familiar na Expointer, em 1998. Naquela época realizada debaixo de uma lona, com poucos expositores. Mas o sucesso do espaço foi tanto, que hoje a agricultura familiar tem um pavilhão próprio, que é um dos mais visitados da Expointer. “Se você olhar, mesmo nos dias chuvosos quando o movimento da feira diminui, o pavilhão mantém um fluxo constante de pessoas comprando”, afirma Maria Helena.

A agricultora familiar comemora a oportunidade de participar de mais uma Expointer. “Aqui conhecemos muitos potenciais clientes, tanto lojistas quanto pessoas que compram no varejo”, explica Helena. Para ela o mais importante é fidelizar os clientes.

Um pouco de história

Se hoje Maria e Willian nem pensam em sair do campo, onde vivem com duas filhas, houve um tempo em que tiveram de deixar o meio rural para estudar e trabalhar. Foi assim que se conheceram, em Porto Alegre. Em 1993, já casados, juntaram todas as economias e compraram um sítio de 40 hectares no município de Pareci Novo, no Vale do Caí (RS). Aos poucos, transformaram o lugar e passaram a produzir de forma orgânica. Atualmente eles têm 18 hectares dedicados à cultura das frutas que servem de matéria prima para 40 tipos de geleias e sucos.

Quando veio a ideia de montar a agroindústria, tiveram que fazer o investimento do próprio bolso. “Naquela época não era fácil conseguir apoio do governo”, pontua Maria Helena. Hoje, no entanto, acessam o crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Governo Federal. Com isso, eles podem custear a produção e investir em melhorias. Pelo Mais Alimentos, por exemplo, já compraram câmara fria e construíram um galpão de armazenamento. “Isso nos permite aumentar qualificar a produção com condições de pagamento a longo prazo e juros baixos, que é o que nos permite avançar”, afirma Willian.
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