Imprimir

Notícias / Economia

Setor de cana-de-açúcar começa a se recuperar, diz Datagro

Canal Rural

 O setor de cana-de-açúcar começa a se recuperar depois de três anos, segundo levantamento da Datagro. Novas projeções foram divulgadas nesta terça, dia 27, em Sertãozinho, interior de São Paulo, na abertura da 21ª Fenasucro.

A produção de açúcar ficou 1 milhão de toneladas abaixo da expectativa e manteve os 34 milhões de toneladas do ano passado. A produção do etanol aumentou em 4 bilhões de litros, chegando a 25 bilhões. Mesmo com números positivos a recuperação, não gera a criação de novas usinas.

Segundo o presidente da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Manoel Ortolan, a prioridade é recuperar aquelas que resistiram à crise do setor.

– O que está sendo feito são investimentos dentro desta área de atuação, quer dizer, nas usinas que aí estão procurando ganhar mais rendimento no canavial, na indústria para com isto aumentar a produtividade verticalizando a produção – disse Ortolan.

Os últimos números de moagem apontam um horizonte. A produção vem crescendo nos últimos anos. A safra 2011/2012 foi de 493 milhões de toneladas na região Centro-Sul e de 2012/2013, 532 milhões de toneladas. Diferença de quase 100 milhões de toneladas para mais. E agora, na safra 2013/2014 deve atingir 584 milhões de toneladas.

Segundo o presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Bicombustíveis (Ceise), Antônio Eduardo Antonielo Filho, a crise de 2008, que travou o desenvolvimento do setor, está ficando para trás.

– O setor tem três anos de dificuldade, sem geração de caixa e levando prejuízo. Em 2011, o preço do açúcar era R$ 64 a média do saco. Em 2012 foi para R$ 55 reais a média. Este ano, está custando R$ 43 a média do saco. Nós perdemos R$ 20 reais em três anos, onde os custos aumentaram, além dos custos trabalhistas, ambientais, sociais, isto atrapalhou muito – destaca.

A recuperação efetiva é lenta e deve levar alguns anos. Segundo o presidente da Datagro, Plínio Nastari, para a ampliação do setor sucroalcooleiro são necessárias políticas de governo, que estimulem o consumo do etanol e deixem de privilegiar a gasolina.

– É uma política perversa, distorcida, porque, hoje, ela subsidia o preço da gasolina em mais de 28%. Se o câmbio continuar desvalorizando, se for a 2,7% como alguns analistas prevêem, esta defasagem pode chegar a mais de 37%. É uma política que causa prejuízos grandes a Petrobrás e representa uma perda de oportunidade do país.

– Enquanto esta situação estiver persistir, vai ser muito difícil. A menos que o governo reconheça as externalidades do etanol e posso criar um diferencial para o etanol ser competitivo com a gasolina – disse Ortolan.

Imprimir