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Espionagem no BR tem ramificações no ambientalismo e indigenismo, denuncia pesquisador mexicano

De Brasília – Vinícius Tavares

A espionagem promovida pelos Estados Unidos sobre o governo brasileiro, denunciada pelo norte-americano Edward Snowden no mês de julho, vem sendo feita há pelo menos quatro décadas e tem ramificações nos movimentos indigenista e ambientalista, principais protagonistas nos conflitos envolvendo questões fundiárias com a bancada ruralista.

A denúncia é do pesquisador mexicano Lorenzo Carrasco, que lançou nesta quarta-feira (4.9), na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA) da Câmara Federal, o livro “Quem manipula os povos indígenas contra o desenvolvimento do Brasil”, no qual faz graves denúncias contra as principais potências mundiais.

“Usaram o Conselho Mundial de Igrejas como estrutura de espionagem. Agora que está na moda, o governo brasileiro descobre por acaso que está sendo espionado por agências de inteligência. Pois quero dizer uma coisa muito simples: o coração do aparato ambiental de Greenpeace, WWF e Instituto Socioambiental são parte de estruturas de inteligências dos governos anglo-americanos", revelou.

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As declarações ocorrem às vésperas da instalação da Comissão Especial da PEC 215, que transfere do Executivo para o Congresso a prerrogativa de demarcar terras indígenas e devem servir de argumento para a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) nos próximos embates com as bancadas indigenistas e ambientalistas no Congresso Nacional.

O pesquisador disse ainda que tem como comprovar as denúncias. "Tenho como demonstrar isso, em juízo se necessário”, desafiou Carrasco.

A palestra do mexicano foi acompanhada por uma atenta e perplexa plateia presente à sessão. Carrasco disse ainda que a infiltração estrangeira busca impedir o desenvolvimento da infraestrutura nacional e encarecer os investimentos, em especial na região amazônica, com a criação de zonas de exclusão econômicas em territórios indígenas.

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“Isso tudo aparece como uma política progressista, de defender os direitos humanitários de índios, de pobres ou camponeses, mas na verdade esconde interesses de uma estrutura de governo mundial”, alertou.

Durante a sessão presidida pelo deputado Jerônomo Goergen (PP-RS), Carrasco argumentou que a estratégia também prevê um trabalho minucioso de manutenção dos povos indígenas num estado de desenvolvimento primitivo.

“O homem tem por natureza evoluir, desenvolver. Porque esta questão de manter um povo num estágio neolítico. Isso é desumano, é um crime de lesa humanidade, manter um ser humano em condições fixas, como se fosse um animal”, ponderou.
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