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Notícias / Meio Ambiente

Geada das últimas semanas afeta as plantações de feijão preto do PR

Globo Rural

No município de Capanema, sudoeste do Paraná, os produtores adiantaram o plantio do feijão preto e semearam as lavouras no fim de julho.

Paulo Bidin caprichou e até pegou financiamento no banco para comprar semente para os oito hectares de sua propriedade. “Eu já tinha comprador para esse feijão antes mesmo dele nascer”, conta, mas a geada no fim de agosto prejudicou praticamente toda a produção.

Alexandre Salvadori também teve problemas com a geada. Ele plantou nove hectares, dois estão perdidos e do restante, ele acha que vai colher muito pouco.

Além do problema com o clima, o feijão preto do Paraná vem enfrentando nos últimos anos outras dificuldades, como o resultado financeiro inferior ao da soja.

Outra dificuldade é o preço instável. Esse ano, a saca no Paraná chegou ao pico de R$ 143 no mês de junho, 43% acima em relação ao ano anterior. O preço subiu por causa da escassez do mercado interno e diante disso, o Governo Federal liberou a importação do produto da China sem imposto.

Esse tipo de operação poderá ser feito até 30 de novembro e o resultado foi que as compras do produto chinês dispararam no mês seguinte. Em julho, chegaram a 126 mil toneladas, o dobro do que aconteceu no mesmo período do ano passado.

Valmor Sivieiro é comprador do feijão no sudoeste do Paraná e conta que o feijão chinês está ajudando a manter o preço no Brasil. “Se não tivesse essa opção, o feijão preto hoje estaria com um preço bem mais elevado”, diz.

O governo autorizou a importação de feijão preto da China, sem imposto, para evitar que a valorização do grão elevasse a inflação. A medida vale até o fim de novembro, quando começa a entrar no mercado a nova safra brasileira.
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