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Notícias / Economia

Gerente da Bovespa explica funcionamento da 3ª maior bolsa de valores do mundo

De São Paulo - Rodrigo Maciel Meloni

Uma palestra realizada pelo gerente de Serviços em Commodities da BM&F Bovespa, Luiz Cláudio Caffagni, para os participantes do programa ‘Futuros Produtores do Brasil’, elucidou o funcionamento da engrenagem financeira da 3ª maior bolsa de valores do mundo (registrando movimento diário de aproximadamente US$ 80 bilhões), ranqueada atrás apenas da Bolsa de Chicago, a Chicago Mercantile Exchange (CME), e da Bolsa de Valores de Hong Kong.

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Caffagni iniciou o seminário explicando que o Mercado de Ações e Futuros, negociado na Bolsa de Valores sediada no coração do centro financeiro de São Paulo, consiste de dois mercados: o Bancário, que intermedia operações como poupança e outros, e o de Capitais, que efetua a emissão e negociação de títulos por meio de corretoras, distribuidoras e bancos de investimentos, negociando ações, debêntures e derivativos.

Caffagni esclareceu ainda que as bolsas de valores operam transações sobre ativos exclusivamente financeiros, como ações e taxas de juros. “Já as bolsas de mercadorias e futuros, que é a bolsa que irá negociar o que vocês produzem em suas fazendas, negociam ativos com lastro em mercadorias reais, muitas delas commodities agropecuárias ou minerais, além de um grande leque de derivativos como opções e permutas, traduzido para o mercado financeiro como ‘swap’, operações em que há troca de posições quanto ao risco e a rentabilidade entre investidores”.

O gerente da Bolsa adicionou ao vocabulário futuro dos jovens produtores outro termo desconhecido da maioria da população: o hedging, operação que se resume na compra e venda de contratos futuros sobre grãos, boi gordo e minérios, entre outros itens.

Esta operação visa diminuir os riscos aos quais produtores e clientes estão expostos até a data de entrega efetiva dos produtos - em especial os de natureza climática, que podem interferir na oferta e refletir nos preços. “Podemos controlar quase tudo neste mundo, menos algo com o qual vocês trabalham ou irão trabalhar diariamente: o clima”, observou Caffagni.

Em seguida, os produtores foram familiarizados com o conceito de liquidez financeira, que pode tanto aludir à capacidade, rapidez ou facilidade com que um ativo é convertido em dinheiro, como à quantidade existente de dinheiro na economia ou a seu reconhecimento pelos investidores.

“Um determinado produto pode apresentar mais liquidez que outro se, em caso de pedido de resgate ou desmobilização, a liquidação do valor ali aplicado for mais rápida. Contudo não é só o tempo que interessa para a avaliação da liquidez de uma aplicação: um depósito que possa ser mobilizado antes do prazo de maturidade, sem penalização dos juros, também é considerado mais líquido; já o nível de consumo e de crédito concedido na economia trata da disponibilidade financeira de agentes econômicos para consumir, aliado ao crédito, quando este é barato e de fácil acesso. Essa soma de fatores nos diz que há liquidez na economia”, explanou Caffagni.

Noções de abertura de capital de uma empresa, venda de ações, a relevância das corretoras para o mercado, renda variável das ações, a importância da acompanhar diariamente as negociações relacionadas ao Sistema Agroindustrial e sua natureza intuitiva, formação acadêmica, como formular a fixação de preço futuro, rastreamento das políticas públicas - tanto nacional quanto as praticadas por gestões internacionais -, foram passadas aos alunos do programa ‘Futuros Produtores do Brasil’.

Dados da Bolsa
Os dados da BM&F Bovespa apresentados pelo gerente mostram a grandiosidade do mercado financeiro operado no Brasil. O Índice Bovespa, instalado em 1968 e inalterado desde então, é um painel de como se comportam os principais papéis negociados na Bovespa. O índice representa 80% do volume total de negócios, conforme informações disponibilizadas pela gerência de Comunicação da BM&F Bovespa.

Formada por 73 empresas, a Bolsa opera hoje ações de 475 companhias. Dentre elas, a Vale S.A., antiga Companhia de Mineração Vale do Rio Doce, é a mais negociada. Empresa privada de capital aberto, tem ações negociadas na BM&FBOVESPA, na Bolsa de Valores de Paris, de Madrid, de Hong Kong e na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Petrobras e Itaú/Unibanco vem em seguida.

Quanto a participação na negociação de ações na BM&F Bovespa, 40% são feitas por estrangeiros, 33% por grandes fundações (usadas por companhias para pagar, principalmente, a aposentadoria de seus funcionários), 13% por pessoas físicas e 1% por empresas.
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