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Pesquisa aponta que o Brasil pode crescer na produção de alimentos e energia renovável

Canal Rural

Uma pesquisa sobre a nova tipologia do meio rural mostrou que a agropecuária brasileira, em especial a agricultura familiar, tem potencial de crescimento nas áreas de produção de alimentos e energia renovável. O levantamento, que será usado na criação de novas políticas públicas, apontou que o Nordeste ainda é a região que requer mais atenção do governo federal.

O estudo faz parte do projeto Repensando o Conceito de Ruralidade no Brasil, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IIca), em parceria com universidades federais de todo o país e órgãos do governo. Durante 14 meses, os pesquisadores analisaram as cinco regiões brasileiras e traçaram perfis socioeconômicos, ambientais e culturais.

– O setor rural é heterogêneo. A característica do setor, digamos do bioma mata atlântica ou digamos, da região pampeana e a região do cerrado é totalmente diferente do rural brasileiro do norte e nordeste. A descoberta principal é que o setor não é atrasado e pouco moderno – disse o representante do IIca no Brasil, Manuel Otero.

– O Brasil tem grandes oportunidades de desenvolvimento no meio rural, por exemplo, ser um grande produtor de energia renovável. Ser um grande produtor de alimentos. O mundo está carente de alimentos. Temos, hoje, inflação porque a demanda é muito maior do que a oferta e o Brasil tem potencial pra isso – disse a coordenadora geral técnica do projeto, Tânia Bacelar.

Apesar de a pesquisa mostrar que o Brasil tem potencial de crescimento, muito ainda precisa ser feito, principalmente no Nordeste. Cerca de 45% da população rural economicamente ativa vive na região, que é responsável por apenas 14% da produção agropecuária de todo o pais.

– Grande parte do Nordeste o bioma predominante é o semi-árido, e lá falta água. A interligação das bacias é um projeto importante para o futuro, pois ele vai perenizar rios do nordeste e do semi-árido. Nas proximidades desses rios tem várzeas e regiões de grande potencial agrícola – afirma Tânia.

Todas essas informações vão ser encaminhadas para os Ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Planejamento Orçamento e Gestão. O pesquisador Jan Bitoun diz que objetivo é usar os dados para criar novas políticas públicas e adaptar as que já existem aos diferentes perfis rurais brasileiros.

– Como o Pronaf pode atingir melhor comunidades dispersas da Amazônia? Fazer com que essas políticas, tanto as políticas de desenvolvimento agrário como as universais, como educação e saúde passem a ser mais aderente a diversidade das condições das populações rurais do país – destaca o pesquisador.
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