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Notícias / Economia

Chicago: grãos operam próximos da estabilidade nesta 4ª

Notícias Agrícolas

Os contratos mais negociados registravam perdas pequenas - entre 0,75 e 2,50 pontos - por volta das 7h40 (horário de Brasília). Já o milho e o trigo também tinham movimentações pouco expressivas, no entanto, em campo positivo.

O mercado internacional de grãos, segundo analistas, ainda opera sobre muita incerteza em relação à nova safra dos Estados Unidos. As chuvas que chegaram ao Corn Belt nos últimos dias e as que estão previstas para o próximo final de semana poderiam, para uns, promover uma recuperação dos danos causados pela seca, ou ao menos limitar os prejuízos. Para outros, as precipitações chegaram tarde e os danos já são irreversíveis e, em alguns casos, poderiam se agravar.

Números que vêm sendo divulgados pelo USDA também acabam por tirar um pouco da direção dos negócios. Ontem, o departamento atualizou algumas estimativas de área plantada, aumentando seus números para soja e milho. Porém, ao mesmo tempo, revisou para cima o tamanho de áreas abandonadas de ambas as culturas. Além disso, ainda no final de setembro, o USDA traz um boletim também com a revisão dos estoques norte-americanos, informações que deverão mexer com o mercado mais adiante.

Soja tem sessão volátil e fecha 3ª feira em campo misto na CBOT

Na sessão regular desta terça-feira (17), o mercado internacional da soja fechou o dia em campo misto na Bolsa de Chicago. Os primeiros vencimentos recuaram e encerraram os negócios com perdas de pouco mais de 5 pontos e os mais distantes subiram entre 3 e 4,50 pontos.

Segundo analistas, as incertezas sobre a nova safra dos EUA é o principal fator que tira a direção do mercado. Nesta terça, foram divulgados alguns números sobre a área de plantio da temporada pela Farm Service Agency, porém, ainda são especulações, informações que trazem ainda mais incerteza ao mercado.

Segundo o analista de mercado Eleandro Mori, esses números mexem com o andamento dos negócios, uma vez que vieram diferentes do que vinha sendo esperado. "A FSA divulgou dados que vieram um pouco abaixo do que o mercado estava esperando em relação à area de plantio de milho e soja nos EUA". Porém, esses não são números definitivos e os investidores, portanto, operam à espera de informações mais claras. "Esses números sobre a área e também sobre a produtividade que será realmente colhida ainda são muito incertos, então o mercado trabalha em cima disso", completa.

Para Glauco Monte, analista de mercado da FCStone, a proximidade da colheita da nova safra norte-americana, e com isso a efetiva entrada de produto, deve pressionar pontualmente as cotações, o que justifica a baixa no curto prazo na CBOT. "Muito pouco ainda está sendo colhido, o mais forte será daqui 3 ou 4 semanas, mas já indica para os compradores que nesse período você terá soja e milho e com isso foi registrada uma enfraquecida no mercado físico dos EUA. Os produtores americanos ainda tem bastante soja para ser vendida e isso, de certa maneira, refletiu no mercado".

Outro fator que tem sido negativo para os preços dos primeiros vencimentos é a ocorrência de chuvas no Corn Belt nos últimos dias, bem como a precipitação de novos precipitações para o próximo final de semana. A questão que o mercado observa agora, no entanto, é se essas chuvas serão capazes de promover uma recuperação das lavouras depois da seca ou se poderiam, ao menos, limitar os prejuízos daqui em diante.

"Existe a discussão se essas chuvas vão beneficiar a produção ou se já é tarde demais. Na minha opinião, a safra não deve se deteriorar mais, e os números já estão consolidados e deverão ser bem próximos dos últimos números", disse Monte.

Por outro lado, a quebra da safra nos Estados Unidos, a redução da produtividade já estimada e, consequentemente, estoques finais menores, criam um cenário fundamental positivo. A demanda mundial por soja continua bastante aquecida e a oferta se mostra bastante ajustada.
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