Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Opinião

Até quando vamos aturar isso?

Não é preciso ser um jurista renomado ou um causídico com carteirinha da OAB, muito menos um desses político de carreira, basta ser cidadão e observador das leis para saber o quanto o poder dos cargos eletivos sobem às cabeças de seus ocupantes de ocasião.

Os Presidentes de dois dos três Poderes da República (na verdade são quatro como os mosqueteiros de Alexandre Dumas graças à dupla que comanda o Senado e a Câmara Federal) de algum tempo para cá vêm se arvorando de donos de seus pedaços do Brasil. Tanto, que agora estão invadindo as competências uns dos outros. E se dizem harmônicos,… mas quá! Estão mais e para combinados.

Sabemos muito bem o mal que causaram ao país os que ocuparam esses mesmos cargos nos últimos anos, todos políticos com passado sob judice. Uma vergonha para nós, mas não para eles nem para muitos desses que aí estão, vez que utilizam dos mesmos artifícios para procastinar. Pior seria se esse triunvirato de quatro se repetisse nos governos estaduais e no Distrito Federal. Pensem num estrago grande e será pouco.

De um lado, o do Legislativo, seus Presidentes decidem monocraticamente protelar ou mesmo engavetar os assuntos a seu bel prazer contrariando a vontade das pessoas que os elegeram. Agem assim quando não dão o necessário encaminhamento aos pedidos para a instalações de CPI’s, de abertura dos processos de impeachment, de análises das propostas do Executivo para a discussão de assuntos sérios e importantes para o país, caso da Reforma da Previdência e da Lei Anticrime. Esse último, um projeto que altera 14 outras leis, como o Código Penal, o Código de Processo Penal, a Lei de Execução Penal e o Código Eleitoral, entre outras.

Zombam do país inteiro, tratam Ministro como funcionário do Presidente de República, esquecem que são eles todos funcionários públicos temporários, que são pagos por nós seus eleitores e que merecemos e exigimos respeito.

Do outro lado, o Judiciário, que decide agir novamente contra os anseios da população. Desta vez resolve entregar à Justiça Eleitoral a função de julgar crimes como corrupção e lavagem de dinheiro quando estes forem considerados conexos a delitos eleitorais como é o caso de caixa dois. E tem mais, a quem confiaremos nossa Constituição se a Côrte Suprema que deveria julgar com base nas suas letras também está a legislar?

Esta cada vez mais claro que tanto “estes” quanto “aqueles” não são só apoiadores condicionais das ações propostas pelo executivo, ao contrário, tudo indica que continuarão sim apoiadores incondicionais de si mesmos, de seus interesses.

Como fazem os jogadores de truco sabem blefar como ninguém e como uma dupla entrosada combinam muito bem suas jogadas. Em outras palavras, sabem se proteger. Esse tipo de gente sequer olha ao redor, pensam e agem sempre de maneira dúbia para assim deixar no ar quais são suas cartas ou seja, suas verdadeiras intenções. O que querem mesmo é trucar as propostas do governo e seus eleitores para continuar barganhando benefícios.

Até quando vamos aturar isso?


Marcelo Portocarrero é Engenheiro Civil.
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