O Livro do renomado escritor Jordan B.Peterson, não é apenas um sucesso pelo número de exemplares vendidos, tão pouco pelas críticas “especializadas”, que apreciam ao bel prazer dos “ventos favoráveis”, mas é um sucesso pelo valor em si de suas lições e reflexões, algumas vezes bem-humoradas outras vezes com uma sobriedade e senso de realidade que pode chocar.

A compreensão do conteúdo, muito embora seja objetiva, há claro uma interpretação subjetiva de algum aspecto que o leitor pode agregar à sua própria carga de experiência, vivência e filosofia.

O capítulo 1- Costas eretas, ombros para trás, demonstra que uma simples mudança de atitude, pode mudar o nosso comportamento e melhorar nossa qualidade de vida. Muitas vezes encontramos no ambiente pseudopacífico o suposto equilíbrio para a vida,ledo engano, nossa paz, está em conquistar objetivos e não acomodar-se em berço esplêndido. Os romanos tinham um conceito de pax interessante,resumido em uma frase Si vis pacem parabélum, “se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Ao confrontarem seus inimigos e conquistarem territórios,os romanos adquiriam a sua paz, vencendo adversários e não fugindo deles.

Essa fuga que nos encontramos no cotidiano, esse deleite por evitar o confronto está no âmago  do espírito de nosso tempo,como diriam os alemães Zeitgeist. Irmãos que não corrigem outros irmãos que incorrem em erros(para não estressar,para não ser taxado de chato), pais que não corrigem seus filhos, subalternos que aceitam humilhações gratuitas, essa apatia de nosso tempo,essa fuga é em verdade uma busca por um prazer impossível e que apenas é satisfaz os sentidos e não a alma.

Aos poucos deixamos de ser o que de melhor poderíamos ser, para um subproduto do que nos tornamos.

Por isto te digo meu irmão em batalha, minha irmã em dificuldade, lute, esperneie, lute para vencer, ainda que perca, prepara-te para a vitória ainda que seja a amarga derrota que o espere. As sucessivas derrotas nos qualificam para a derradeira vitória, somente aquele que não lutou não irá vencer, em verdade este já perdeu, não uma batalha, mas todas as batalhas.

Lembro-me do exemplo de Rock Balboa,quando todos lembram daquela frase: “ninguém baterá tão forte quanto a  vida. Porém, não se trata de quão forte pode bater, se trata de quão forte pode ser atingido e continuar seguindo em frente. É assim que a vitória é conquistada”.

A nossa batalha está em inúmeros campos, frentes e campanhas, desperte de seu comodismo, enfrente sua batalha espiritual, brigue por sua família e pela sua família, lute pelo seu casamento que está naufragando, não desista de seus filhos,encare nos olhos seus adversários, eles sorrirão para você, devolva o sorriso.

As suas guerras,espirituais, temporais, terão frio, suor e lágrimas, isto servirá de lembrete quando regozijar no banquete do triunfo, no triunfo.Chore na derrota e em seguida levante-se e lute novamente, até vencer.Deveriamos refletir na coragem ímpar de Davi ao enfrentar o Gigante Golias, sua coragem ampara-se em sua fé em Deus, sua vitória já era declarada.

A mudança de atitude, tal como descrita por Jordan b.Peterson, nos torna capaz de irmos além das nossas limitações, não será fácil, pode não ser doloroso, aliás é provável que cicatrizes, cortes e amputações espirituais aconteçam, traumas, enfim, mas recordo do poema de Francisco Otaviano:

Quem passou pela vida em branca nuvem
Em plácido repouso adormeceu.
Quem não sentiu  o frio da desgraça.
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem, e não homem,
Só passou pela vida, não viveu
 
Viva sua vida plenamente, encare as batalhas que precisa travar, lute, perca vença, derrote, seja derrotado,mas lute e ao final de sua senda lembre-se da passagem de Paulo em 2 Timóteo 4, versículo 7: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”..


Juliano Rafael Teixeira Enamoto é Católico, Procurador na Câmara Municipal de Sapezal, formado em Direto pela Universidade Federal de Rondônia.