Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Opinião

Quando tocam nossa alma

Meu deu uma baita vontade de escrever... De dividir aquilo que foi algo significativo na minha vida... Sem “aquele conhecimento de causa “, mas com uma felicidade indescritível... As doulas que me perdoem, e que não tenhamos mimimi... É só um pouco sobre a minha experiência de ter acompanhado um trabalho de parto de perto.

Alguns anos atrás, no “bum” do parto humanizado, dos trabalhos efusivos para que as mulheres voltassem a pensar mais em seu corpo, no bem de seu filho e acreditar que o parto natural era a melhor escolha para o final de sua gestação, fomos surpreendidos com a escolha de Rita... Bruno nasceria de parto normal. Eu não era a favor, mais por medo, por desconhecer o trabalho e pela “praticidade”... Tá bom, me julguem!!! Também já julguei o próximo... Infelizmente, para minha cunhada não deu certo, mas tudo foi na vontade de Deus. Eu creio!

Assim, chegamos ao dia 25 de março de 2019 no Hospital Santa Rosa, durante o trabalho de parto da minha querida Sandra Lúcia. Conversando no final de semana, após ela começar a sentir que, o tão esperado momento estava chegando, tive a ideia de fotografar o parto dela.Ela adorou e ficamos de prontidão... Domingo passou, sem grandes alterações... Chegou segunda, a madrugada já trazia os indícios do que ela poderia esperar, só que não... Na primeira ida ao hospital, alguns exames e o retorno para casa. Ainda não era hora e a casa da gente sempre é mais acolhedora...

O relógio marcou quatro da tarde, hora de voltar para o hospital, a dor começou a apertar, vieram as náuseas e as contrações menos espaçadas. Guilherme tem pressa, igual à mãe. Cheguei às quatro e meia, ela seria internada, quatro centímetros de dilatação.Até aí, tudo bem. Começamos a andar pelo hospital para ajudar o Gui a nascer. PS: Grávida ativa, parto saudável. Mas não demorou muito não.As contrações eram de minuto a minuto praticamente, curtas e rápidas... Entramos na sala de parto. Às seis da tarde, chegou o Dr. Álvaro.Não vou falar sobre ele, faltam palavras para descrever este profissional. Ouvimos o Gui, coração fabuloso, vem mais contrações, mamãe com seis centímetros, tudo muito favorável, graças a Deus e as orações.

Tá bom, tá bom, não tenho experiência em partos humanizados. Kkkkkk. Não mesmo!Só um pouquinho mais agora.Mas ainda não são parâmetros, foi um grande aprendizado. Ainda nem comecei a falar do papai né? Bruno estava em outra dimensão. As palavras já são poucas na roda de conversa.Imagina quando um filho está para nascer então... Bruno agilizou a internação, as malas, os exames, os pedidos da grávida e estava ali observando tudo, atento, ansioso, em êxtase... Assim como a Bruna, sua irmã e a Wanessa, que será a madrinha do Gui, que chegou para ajudar...

A enfermeira Jéssica nos acolheu, nos explicou várias coisas e trouxe a bendita bola... Vamos levar Sandra para o chuveiro, água quente para ajudar a aliviar as dores e o exercício para ajudar na dilatação. Fomos, voltamos, tentamos ouvir música, a dor já tinha aumentado pra caramba... Eu não estava sentindo, mas era perceptível... Chegamos naquele momento crucial, ela não aguentava mais ou achava que não,né?!! A dor transcendia uma lógica, mas ao mesmo tempo era aquele momento, eram os hormônios falando por ela, a sua alteração de humor imediata, a fome, o stress, tudo junto e misturado.

Ela já pedia analgesia, já estávamos mentindo pra ela, já pedia a cesariana, já pedia o Dr. Álvaro.Mas estávamos ali para assegurar que ela teria o seu parto normal, assim como era a sua vontade e lógico, não era ela falando, eram os hormônios... PS: Ela vai me matar... Lógico que essas quatro horas pareceram quatro dias para a mamãe.Mas, Deus foi muito bom.Correu tudo muito bem e muito rápido afinal, às oito da noite volta Dr. Álvaro, verifica os parâmetros, dez centímetros, haaaaa eles chegaram... que espera, doce espera, Sandra teria o seu bebê logo. E tudo já foi sendo preparado, maca posicionada, equipe organizada, pediatra apostos, GO, digo, o Dr. Álvaro, affff... não consigo falar sobre ele ainda... 

Vem Guiiiiiiii, vem meu filhoooo, quero logo ele nos meus braços, são as frases que escutava da mamãe do novo integrante do mundo... E amiga, você mudou o meu conceito sobre essa dor avassaladora que dilacera corações e é expelida nos gritos após as contrações... Uma dor que ainda não estou pronta para sentir. Não precisa mudar tanto né??!!! Mas este momento, o seu momento, foi lindo, foi engrandecedor, foi sublime. Poder te ajudar a passar por ele e registrá-lo foi um grande presente. Muito Obrigada. Guilherme nasceu as 20:31h, com 47cm e 3.170g, com choro de felicidade, pois na barriga ele já conhecia a família que o acolheria, os pais que vão lhe mostrar o caminho, o irmão, seu super-herói e a vó Maria, aquela mais babona dos netos...

Família, um pouquinho do que vivemos está relatado aqui. Esse fim de tarde vai ficar na história da minha vida com letras douradas, bem com a foto preferida. O texto é um reflexo do amor que reinou desde a nossa convivência, não sei também se teremos outros, mas hoje me deu uma baita vontade de escrever...


Nathália Santos é Servidora pública, mãe, amiga, atleta nas horas vagas e apaixonada pela vida.
 
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